O orçamento de Estado é, sem margem para dúvidas, o que mais preocupa cada um de nós, pois é aquele que mais influencia as nossas carteiras, quer no plano da receita quer no plano da despesa.

Chegados a esta altura do ano temos organizações estatais, regionais, locais, associações, entre outros, absorvidos pela preparação do orçamento e plano de actividades para o próximo ano.

O orçamento de Estado é, sem margem para dúvidas, o que mais preocupa cada um de nós, pois é aquele que mais influencia as nossas carteiras, quer no plano da receita quer no plano da despesa.

Sobre o orçamento em si, suas prioridades, não vou pronunciar-me de forma minuciosa, pois cada Governo tem as suas opções, obviamente discutíveis, assume prioridades que nem sempre serão as mais consequentes em termos positivos, mas a verdade é que tem que haver um documento que norteie e regulamente as vontades e prioridades de quem governe.

No fundo, aquilo que mais me preocupa é a forma hábil como quem nos governa age sempre que é lançado um documento fundamental, que deve ser discutido, que é polémico, que merecia maior assertividade e dedicação por quem sobre ele vai decidir no plenário da Assembleia da República.

E digo isto pura e simplesmente pelo facto de assim que se começou a falar nas implicações que o orçamento poderia ter nas nossas vidas, os impostos que aí virão encapotados em meia dúzia de medidas dúbias, facilmente se lançou novamente para a praça pública a questão do roubo das armas de Tancos que já deveria estar mais que esclarecido e resolvido.

Na verdade, tudo isto passa um pouco despercebido, mas esta forma ludibriosa de fazer política acaba por dissimular aquilo que pode ser danoso para todos nós e, a par das novelas, vai entretendo o “Zé Povinho”.

Ouvimos noticiários atrás de noticiários sobre as mesmas questões, seja o roubo de Tancos com as implicações que teve com a demissão de alguns cargos, seja o assassinato do triatleta com as nuances que o mesmo teve, mas sobre aquilo que verdadeiramente interessa, nada de nada.

Soube que há inúmeros directores de escolas a nível nacional a queixarem-se que os manuais escolares gratuitos não chegaram ainda às escolas (e estamos a 1 mês do final do primeiro período), ameaçando mesmo boicotar a mesma medida no próximo ano lectivo e, como tal, o “show-off” de medidas governamentais assume aqui a sua plenitude, demonstrado que o que interessa é parecer e não ser.

A par disto, indigna-me profundamente ter que ouvir há meses e meses as queixas de pais e profissionais do Hospital de São João, ala pediátrica do IPO, reivindicando melhores condições para crianças que permanecem em corredores, tendo sido iniciada a obra de remodelação no anterior Governo e este, vá-se lá saber porquê, ordenou que a mesma fosse suspensa e não se vê refletido no novo orçamento algo que garanta a sua continuidade. Pior ainda, a Associação “O Joãozinho” possui verbas para continuar e concluir as obras mas não tem luz verde para avançar com as mesmas…

No fundo é tudo uma questão de prioridades, sempre será preferível contemplar uns cerca de 50 milhões de euros para aumentos na função pública e canalizar cerca de 400 milhões para a “questão Novo Banco”, pois esses realmente é que precisam…

Nesta matéria indignam-me os sempre indignados e revoltam-me os sempre revoltosos! As belas adormecidas que comandam a FENPROF e a CGTP parecem as novas novelas da televisão, trabalham por temporadas…