Imaginamo-la sempre distante quanto possível, e contudo bate-nos adversamente à porta…

Comentar é também o resultado de pensamentos influenciados pelas notícias e vivências próprias de quem comenta. Há factos que não se podem ignorar. Vou hoje falar de um conceito assustador. É uma palavra forte, aquela que ao longo deste texto não referirei directamente e que contudo paira no ar que respiramos. Está patente nos negócios ou na falta deles, respira-se nas organizações, nas relações laborais e ouve-se nas ruas. Justifica fracassos e despedimentos, incumprimentos, falências, cobranças coercivas e créditos malparados.
Replica sentimentos já vividos pelos mais velhos ou estudados pelos mais novos. Tem uma e múltiplas causas ao mesmo tempo, e enormes efeitos: directos uns, colaterais outros. No limite, traz consigo a recessão e mesmo a fome e até a guerras já deu origem, no passado.
Imaginamo-la sempre distante quanto possível e, contudo, bate-nos adversamente à porta, não obstante seja sempre anunciada por aquilo que aprendemos a designar de crescimento negativo (como se tivéssemos medo de nomear o verdadeiro movimento decrescente e em nada confundível com crescimento).
Segue-nos nas opções de consumo, nas tendências, nas expectativas, nas decisões de investimento, nas subscrições ou alienações, nas amortizações e nas compras. Nas posições curtas e também nas de médio e longo prazo. Alinha-se aos estados de espírito e provoca sinistras depressões neurológicas e financeiras.
Entre ciclos, com maior ou menor frequência, ela instala-se, nunca verdadeiramente prevista, por vezes deliberadamente escondida e sempre adiada, até ser uma realidade da qual se quer fugir a muitos pés, rezando para que acabe subitamente; tal como este acróstico, que já vai longo sem nada dizer…