Setembro teve um máximo de novos desempregados inscritos desde abril, perto de 55 mil.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego voltou a subir recentemente, de acordo com os últimos dados publicados pelo organismo que tutela esta área, i. é, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). De facto, em agosto, mas só divulgado no fim de setembro, já havia mais de 409 mil pessoas nesta situação segundo foi publicado pelo INE. A responsabilidade por esta subida – face ao mês homólogo de 2019 (agosto), e em termos de variação absoluta é de todos os desempregados, com espacial destaque para as mulheres, os adultos com idade igual ou superior a 25 anos, os inscritos há menos de um ano, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o secundário. Os 409.331 desempregados registados, nos Serviços de Emprego representam cerca de 74,5% de um total de 549.549 pedidos de emprego apresentados. Face ao mesmo mês de 2019 o total de desempregados registados no país aumentou 105.001, +34,5%. Face ao mês anterior aumentou 2.029, +0,5%. No mês de agosto o desemprego registado aumentou na generalidade das regiões, com exceção da Região Autónoma dos Açores (-1.3%). Contudo, o maior aumento homólogo ocorreu no Algarve (+177,8%). As restantes regiões aumentaram, mas menos. Os grupos profissionais mais representativos dos desempregados registados no Continente, foram, por ordem decrescente: os trabalhadores não qualificados (24,9%), os trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores (21,9%), o pessoal administrativo (11,7%), os especialistas das atividades intelectuais e científicas (10,8%) e os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (10,3%).

Comparando com o mês homólogo de 2019 o grupo dos trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores (+55,8%) apresentou a mais expressiva subida percentual do desemprego, seguido dos grupos operadores de instalações e máquinas e trabalhos de montagem (+53,4%) e pessoal administrativo (+38,6%). Os 355.053 desempregados que, no final do mês de agosto, estavam inscritos como candidatos a novo emprego, nos Serviços respetivos, 72,8% provinham do setor dos serviços, em particular das atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (29,1%), 21,0% do setor secundário/indústria, em especial da construção (6,2%)”, e do setor agrícola (3,8%). O desemprego aumentou nos 3 setores de atividade económica (primário, secundário e terciário) face ao mês homólogo de 2019, em particular no setor serviços (+42,8%).


Entretanto em setembro o desemprego registado abrandou, com crescimento mensal de 0,2%. De facto, segundo um comunicado do M. do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de hoje mesmo (20-out), setembro teve um máximo de novos desempregados inscritos desde abril, perto de 55 mil. Contudo, em termos líquidos, os centros do IEFP só contabilizaram +843 desempregados.


Na verdade, o crescimento mensal do desemprego registado nestes centros abrandou em setembro, com +0,2% de inscrições ativas (ou +843 desempregados em termos líquidos), resultantes do fluxo de novos registos e anulação de inscrições. De acordo com estes dados, setembro terminou com 410.174 desempregados registados em todo o país, num crescimento de 0,2% face a agosto. Contudo, o aumento foi de 36,1% relativamente a set-2019, o que traduz um abrandamento face aos meses anteriores. Apesar disso, neste mês de setembro registou-se um máximo de inscrições de novos desempregados desde abril, com mais 54.769 pessoas registadas como desempregadas, numa subida de 27,3% face ao mês anterior e de 7,4% face a um ano antes. Por outro lado, houve um aumento das colocações e ofertas de emprego, de +23,3% e +28,8%, respetivamente, por comparação com agosto. As colocações abrangeram 8.244 desempregados. Por sectores económicos, o alojamento e restauração, seguido dos transportes e das atividades imobiliárias, continuam a liderar no crescimento do desemprego por comparação com um ano antes. Ainda assim, em termos mensais, as atividades do turismo viram o desemprego total registado baixar 3,2%, com menos 1282 inscrições ativas nos centros de emprego. Ainda na comparação com o mês anterior, desceram mais significativamente os inscritos do sector imobiliário, atividades administrativas, serviços de apoio (-1567, ou 1,5%) e o desemprego total registado na indústria do vestuário (-446 pessoas, ou -4,1%). Em sentido contrário, verifica-se um aumento mensal nos registos de desempregados na função pública (de+260, ou 1%), do comércio (+260, ou 0,7%), outras atividades de serviços (+251 pessoas, ou 1,1%) e das atividades de consultoria científicas, técnicas e similares (+249 desempregados registados, numa subida de 3,6%), nas principais subidas. O MTSSS vê no total de desemprego registado de setembro uma “tendência de estabilização das variações mensais face aos meses de março, abril e maio”, e calcula ainda que a taxa de cobertura das prestações de desemprego tenha ficado em setembro em 56,1% (54,9% em agosto).


E como vamos na Região Centro e na Beira Interior?
Na região Centro há 51944 desempregados, 43% homens, 57% mulheres, 65% desempregados há menos de um ano (curta duração), 35% há mais de um ano (longa duração), 10% à procura do primeiro emprego, 90% à procura de novo emprego. Destes 12% têm como idade inferior a 25 anos (>16), 21% têm entre 25-34 anos, 42% têm entre 35-54 anos, e 25% têm mais de 55 anos. Por nível escolar 7% têm menos do 1º ciclo do Ensino básico (1ºCEB), 13% o 1ºCEB, igual nº têm o 2ºCEB, 20% têm o 3ºCEB, a maioria (30%) têm como habilitação o ensino secundário e os restantes 17% têm o nível superior. Apesar de haver 6248 inscritos no mês na RC, 42% homens e 58% mulheres, a verdade é que em agosto apenas conseguiram colocação ou emprego 805 homens e 826 mulheres, o que satisfez 26%, 12.9% homens e 13.1% mulheres. Sobre os motivos alegados para se inscreverem nas estatísticas do desemprego 13% alegam ser ex inativos, 11% que foram despedidos, 6% que se despediram por iniciativa deles, 3% foi despedimento por mútuo acordo, 47% por fim de trabalho não permanente, 1% eram trabalhadores por conta própria e os restantes 19% alegaram outros motivos.

ConcelhoGéneroTempo De InscriçãoSituação Face Emprego    À Procura DeTotal
 HomensMulheres< 1 Ano1 Ano E +1º EmpregoNovo Emprego 
        
Aguiar Da Beira 66 65 76 55 9 122 131
Almeida 65 89 86 68 31 123 154
Belmonte 100 134 130 104 27 207 234
Castelo Branco 722 914 993 643 1711 4651 636
Celorico Da Beira 115 114 132 97 27 202 229
Covilhã 9401 0741 321 693 2611 7532 014
Figueira De Castelo Rodrigo 94 99 93 100 44 149 193
Fornos De Algodres 59 61 67 53 13 107 120
Fundão 397 437 467 367 130 704 834
Gouveia 223 227 233 217 60 390 450
Guarda 534 680 722 492 1791 0351 214
Idanha-A-Nova 160 156 159 157 39 277 316
Manteigas 30 36 45 21 5 61 66
Meda 42 43 68 17 9 76 85
Mira 131 167 220 78 21 277 298
Oleiros 41 29 36 34 10 60 70
Penamacor 76 70 88 58 20 126 146
Pinhel 74 103 124 53 31 146 177
Proença-A-Nova 64 92 88 68 14 142 156
Sabugal 116 130 133 113 34 212 246
Seia 349 319 343 325 80 588 668
Trancoso 56 110 108 58 39 127 166
Vila Velha De Rodão 30 35 38 27 13 52 65
Viseu1 4602 0432 4481 055 4323 0713 503
Centro22 33429 61033 79418 1505 07846 86651 944
%435765351090100

Por concelhos da B. Interior, em agosto e em 1º lugar vem a Covilhã, com 2014 desempregados em agosto, segue-se C. Branco com 1636, a Guarda com 1214, Fundão com 834, Seia com 668, Gouveia 450, Idanha-A-Nova 316, Sabugal 246, Belmonte 234, Celorico da Beira 229, Figueira de Castelo Rodrigo 193, Pinhel 177, Trancoso 166, Proença-A-Nova 156, Almeida 154, Penamacor 146, Aguiar da Beira 131, Fornos De Algodres 120, Meda 85, Oleiros 70, Manteigas 66 e Vila Velha de Rodão 65.