As Autarquias devem encontrar soluções para as árvores que não têm condições para estar nas bermas das estradas e solucionar o problema das deformações no pavimento provocadas pelo crescimento de raízes.

Há inúmeros acidentes rodoviários que têm a sua génese nas deformações existentes no pavimento, originadas pelas raízes das árvores. Trata-se de um problema que necessita de intervenção urgente. A elaboração de um plano que defina o abate de árvores que interferem com a segurança ou que defina outro tipo de solução como a eliminação das raízes invasivas, assim como de um projecto de regulamentação que determine as distâncias de segurança para as árvores que vierem a ser plantadas assume um papel primordial.

As Autarquias devem encontrar soluções para as árvores que não têm condições para estar nas bermas das estradas e solucionar o problema das deformações no pavimento provocadas pelo crescimento de raízes. As situações têm que ser analisadas caso a caso, devendo as autarquias preparar uma intervenção que salvaguarde a segurança rodoviária, assim como a qualidade dos espaços. A intervenção deve ter como finalidades a beneficiação das condições do pavimento, e a valorização e protecção do “património arbóreo”.

As estradas, nas quais as raízes das árvores levantam o alcatrão e originam declives devem, e numa primeira fase, ser alvo de uma reabilitação funcional do pavimento. Esta reabilitação envolve a execução de fresagens; a eliminação das deformações provocadas pelas raízes; e a aplicação de camada betuminosa nas áreas intervencionadas. Contudo, é importante que a reabilitação funcional, pelo facto de apenas proporcionar um melhoramento da estrada mediano e pelo facto de se necessitar de tempo para elaborar o procedimento legal necessário para a concretização das intervenções mais profundas e abrangentes, não pode invalidar a reabilitação estrutural do pavimento, pois aquilo que se pretende é melhorar fortemente as condições de circulação e garantir um elevado nível de serviço e qualidade da estrada. A reabilitação estrutural do pavimento pode englobar: a renovação, reacomodação e complemento da sinalização e dos equipamentos de segurança; a requalificação dos sistemas de drenagem; as intervenções de integração paisagística; a limpeza e reparação das valetas; e a colocação de telas anti-raízes.

Nas situações em que a vida útil do pavimento esteja comprometida e antecipada, a medida economicamente mais proveitosa passa por intervencionar o pavimento de forma a corrigir a falha ou o erro entre a vida útil conjecturada em projeto e a degradação precoce, diminuindo, desse modo, os custos de uma futura intervenção mais aprofundada.

Os pavimentos flexíveis apresentam um comportamento flexível e deformável. As reparações localizadas, frequentemente denominadas por “remendos”, constituem reparações efectuadas em determinados espaços do pavimento depois de o mesmo ter sofrido uma degradação prematura comparativamente com o “sobrante”. Esta conjuntura denuncia anomalias que se não forem correctamente intervencionadas podem voltar a manifestar-se num exíguo período de tempo.

De realçar, e por uma questão de transparência, que as estradas sem pinhos próximos da estrada não apresentam declives originados pelas raízes de árvores. Será que não é fundamental existir em todos os Concelhos uma vigorosa e eficiente gestão da conservação de pavimentos rodoviários? Será que a maioria das Câmaras Municipais tem um abrangente e rigoroso plano de conservação e de intervenção? Será que a maior parte das Câmaras Municipais opta por políticas verdadeiramente preventivas? Será que as políticas preventivas não são fundamentais? Será que as Câmaras Municipais possuem um levantamento rigoroso das deformações no pavimento causadas pelas raízes das árvores? Será que a eliminação dos declives existentes não aumenta os índices de segurança rodoviária? Será que a segurança rodoviária não deve ser prioritária em todas as superfícies?