Ser inquieto na quietude. As desculpas para os erros sem desculpa. O ilusionista que vira as costas à magia. O paradoxo do contraditório. As emoções de um olhar pálido. A lucidez de um demente. O som retumbante do silêncio. Lembrar o esquecimento. A perfeição que existe na imperfeição. A voz estrondosa do pensamento. A excelência […]

Ser inquieto na quietude. As desculpas para os erros sem desculpa. O ilusionista que vira as costas à magia. O paradoxo do contraditório. As emoções de um olhar pálido. A lucidez de um demente. O som retumbante do silêncio. Lembrar o esquecimento. A perfeição que existe na imperfeição. A voz estrondosa do pensamento. A excelência do eco no vácuo. As lágrimas nas gargalhadas. O optimista céptico. O amor que nos fere e faz sorrir. O tédio da mudança. A intemporalidade do tempo. A nostalgia do futuro. A seriedade do sentido de humor. Extorquir um ladrão. A terra em pleno ar. O mérito do ócio. As cores vivas de um dia cinzento. A nobreza que não enobrece. A harmonia do desequilíbrio. Os equívocos da vida perfeita. Julgar o desconhecido. Devagar para chegar rápido. Ficar cego defronte da beleza. A escuridão de um dia de sol. O orgulho da imoralidade. A celebridade desconhecida e obtusa. A comodidade incómoda. Um dia de sol cinzento. A sombra na parede num dia de Inverno. Viver sem viver. Caminhar sem caminhar. Concretizar a utopia. A imaginação sem asas. A liberdade que não é livre. Calafrios quentes de gestos honestos. As adversidades que não nos fortalecem. O lado certo do inverso. O ouvinte que não escuta. O espectador que não vê. A moral da política sem ética. Falar abertamente de um sentimento fechado. Ser eterno na finitude. A pobreza de algumas riquezas. A beleza do belo e do feio. A obscuridade que ofusca a claridade. A relevância da inutilidade. A transparência do labirinto. Ser desordenado na serenidade. O legislador que não legisla. A inclusão excludente. As inverdades das verdades absolutas. Escadas para subir até ao fundo. A impaciência que ilumina a paciência. A prisão sem edifício. A certeza da incerteza. As guerras em nome da paz. O horror genuinamente horroroso. A pedagogia do mal. A arrogância da falsa humildade. A formosura dos devaneios e delírios. A solidez de uma cabana. A padronização na diversidade. A objectividade da subjectividade. Os vírus encomendados. O sossego oriundo da ignorância. A existência por existir. Sobreviver é um presente amargo. O equilíbrio dos loucos. Coleccionar contradições para consumar a coerência. O isolamento no meio da multidão. Os temperamentos antagónicos são decisivos para as decisões favoráveis. Os obstáculos que nos levam ao sucesso. Criar o impossível. Sentir-me na minha contradição. A falta de paciência para com os ajuizados. Tolerar pessoas intolerantes. A confusão que estimula a criatividade. A monotonia dos compromissos. Rasgar o perdão. A ironia que dá cartas ao rigor. Explicar o inexplicável. Barcos à deriva em portos fechados. Gélidos infernos. Urbanos sem urbanidade. Hipocrisia das lágrimas. Aceitar, simultaneamente, as minhas opiniões contraditórias. Arder no frio dos teus braços. Nada mudou, mas tudo está diferente. Ver padecer o padecimento. Esperança desenhada na penumbra. Mãos cheias de nada. Gelo e frio que nos afogueiam. Danças sem compasso. A violência que inviabiliza um acto violento. Contradição da existência. Lodaçal feroz criado em gabinetes aveludados. Os encontros que distanciam. O interior perverso das aparências. A verdade por detrás da falsa caridade. A humanização parcial que robustece a desumanização absoluta. A sanguinária sensualidade. A vulgarização do vulgar. Encontrar o tempo perdido. Reunir recordações do que não vivemos. O fim de um caminho sem fim. A intimidade entre o sublime e o ridículo.