Neste ano que levamos de pandemia em Portugal esta provocou já grandes estragos no tecido empresarial português e no dos distritos do interior beirão, como a Guarda, Castelo Branco e Viseu.

Estragos no país em geral


Comecemos por uma breve análise ao nível do país no seu todo para melhor enquadrarmos depois a situação empresarial nos distritos da Beira Interior (G-Guarda, CB-Castelo Branco e V-Viseu, neste caso mais por benchmark). Assim. Em janeiro de 2021 nasceram no país, 3141 organizações (5495 em jan-20), encerraram 1802 (1524 em 1/20), entraram em processo de insolvência 187 (217 em 1/20) e entraram 3512 ações judiciais (3710 em 1/20). De fevereiro de 2020 a 31/1/2021 os números anuais na mesma ordem foram 35553, 13702, 2243 e 27611. As costas da pandemia, mas não só) foram assim responsáveis por -43% em Jan-21 dos nascimentos, +18% de encerramentos, -14% de insolvências e -5.3% de processos judiciais. Nos últimos 12 meses (11 da pandemia) os valores correspondentes na mesma ordem foram -27%, -22%, +0.5% e +1.9% (nasc., enc., ins. e aç.).


Estragos na região da BI e seus distritos
Em Portugal no mês de janeiro de 2021 criaram-se 3 141 empresas e outras organizações, 27 das quais no distrito da Guarda, 44 no de CB e 80 no de Viseu, para nos referirmos apenas aos distritos mais próximos. Por sua vez em janeiro de 2020 nasceram 5 495 empresas no país, das quais 43 no distrito da Guarda, 66 no d. de CB e 124 no de Viseu. Estes valores traduzem reduções ou estragos mensais de -43%, -37% na Guarda, -33% em CB e -36% em Viseu. Quanto a encerramentos mensais de 1-jan-21 tivemos 1 802 no país, 13 na Guarda, 15 em CB, e 15 em Viseu. Em jan-20 tinha havido 1 524 no país, 18 na Guarda, 25 em CB e 33 em Viseu. O saldo final foi de +18% no país (estrago), -28% na G, -40% em CB e +30% em Viseu (estrago). Quanto a insolvências de empresas/organizações neste mês de jan-21 foram 187, 1, 6 e 7 resp. no país, na Guarda, em CB e Viseu, enquanto em jan-20 tinham sido, pela mesma ordem, 217, 1, 9 e 5. Estes valores traduzem aumentos (estragos) em Viseu (+40%), 0% na Guarda, e reduções no país (-14%), e CB (-33%).

Em jan-21 das 3 141 organizações que nasceram em Portugal as 27 da Guarda representam 0.9%, as 44 de CB 1.4% e as 80 de Viseu 2.5% das nascidas no mês, uma representatividade extremamente baixa. Mas dos 1802 encerramentos de jan-21 no país 0.7% foram na Guarda, 0.8% em CB e 2.4% em Viseu. Por sua vez das 187 insolvências do mês 0.5% foram na Guarda, 3.2% em CB e 3.7% em Viseu. Os nascimentos do mês de jan-21 no país representam apenas 0.6% do total de nascimentos do país, mas as 44, 27 e 80 empresas dos 3 distritos (CB, G e V, resp.), praticamente têm representatividades nulas no total. Os encerramentos do país representaram 0.4% e as insolvências 0%. Por sua vez os encerramentos e as insolvências ocorridos nos 3 distritos têm representatividades nulas quer nos encerramentos quer nas insolvências do mês no país. Por cada encerramento de empresas nasceram neste mês de jan-21 cerca 1.7 novas empresas no país, 2.1 na Guarda, 2.9 em CB e 1.9 em Viseu (a Guarda entre Viseu e CB).


Estragos no último ano
Em Portugal nos últimos 12 meses, de 1/2/20 até 31/1/21, criaram-se 35 553 empresas (48 393 no ano anterior (a.a.)), 265 das quais no distrito da Guarda (358 no a.a.), 499 no de CB (515 a.a.) e 872 no de Viseu (965 a.a.). Por sua vez em idêntico período do ano anterior (período homólogo) nasceram 48 393 empresas no país, das quais 358 na Guarda, 515 no d. CB e 965 em Viseu. Estes valores traduzem reduções ou estragos anuais entre os períodos homólogos de -27% no país, -18% na Guarda, -3% no CB e -10% em Viseu. Quanto a encerramentos nos últimos 12 meses de jan-20 para jan-21 tivemos 13 702 no país, 100 na Guarda, 150 em CB, e 309 em Viseu. No ano homólogo terminado no fim de jan-20 houve 17 499 fechos no país, 142 na Guarda, 193 em CB e 417 em Viseu. O saldo final entre os 2 períodos homólogos foi de -22% no país, -30% na G, -22% em CB e -26% em Viseu, logo menos encerramentos ou estragos nos 4 espaços geográficos. Quanto a insolvências de empresas/organizações nestes últimos 12 meses foram 2 243, 23, 45 e 51, resp. no país, na Guarda, em CB e em Viseu, enquanto no ano terminado em 31 jan-20 foram pela mesma ordem, 2 231, 23, 45 e 51. Estes valores traduzem aumentos ou estragos de 0.5% no país, 15% na Guarda e 18% em CB, e uma redução de 23% em Viseu (ganho).
Das 35 553 organizações empresariais nascidas nestes últimos 12 meses, 1.4% forma em CB, 0.8% na Guarda e 2.5% em Viseu. Dos 13 702 encerramentos do ano, 1.1% foram em CB, 0.7% foram na Guarda e 2.3% em Viseu. Por fim das 2 243 insolvências do ano terminado em 31-1-21 2% foram em CB, 1% na Guarda e 2.3% em Viseu (a Guarda com menos insolvências). Os 35 553 nascimentos dos últimos 12 meses no país representam 7% das empresas do país, os de CB e da Guarda ambos 0.1%, e os de Viseu 0.2%. Os 13 702 encerramentos do país representaram 2.7% das empresas do país e os 150, 100 e 309, de CB, Guarda e Viseu, resp, representaram 0%, 0% e 0.1%, resp.. Por sua vez as 2 243 insolvências do ano representam 0.4% das empresas do país e as 45, 23 e 51 de CB, Guarda e Viseu, resp., representaram 0% cada ou as três tomadas isoladamente. Por cada empresa/organização encerrada nos derradeiros 12 meses nasceram 2.6 empresas novas no país, 3.3 em CB, 3 na Guarda e 2.8 em Viseu, a Guarda entre os dois distritos vizinhos no nº médio de empresas criadas por cada uma extinta.


Em síntese, e para terminar, podemos dizer que neste ano que levamos de pandemia em Portugal esta provocou já grandes estragos no tecido empresarial português e no dos distritos do interior beirão, como a Guarda, Castelo Branco e Viseu, que se materializaram em nascimentos de menos empresas, em mais encerramentos e em mais insolvências e mais ações judiciais. Esperemos para ver quanto mais tempo a pandemia se vai manter entre nós e que mais estragos ela nos vai trazer no futuro que esperemos próximo.