Esta vontade de triunfar faz com que muitos alunos sintam a necessidade de se isolarem em horas infindáveis de estudo, perdidas entre resumos, folhas e computadores, não aproveitando, assim, aquilo que uma nova cidade e novas pessoas lhes podem trazer.

É de conhecimento geral que o sentimento que reina entre aqueles que estão prestes a entrar na universidade é de ansiedade e nervosismo. Aliado a isto vem a vontade de aproveitar a idealizada vida universitária ao máximo, essa vida boémia, por muitos reclamada e de momento posta em suspenso.


No entanto, com a chegada do momento de partir para uma nova cidade, longe da família e dos amigos mais próximos vem também a dúvida, o medo de falhar e a necessidade de se afirmar perante aqueles que não se conhece. Com essa necessidade deparamo-nos com a tendência a surgir uma auto pressão relativamente aos resultados que esperamos serem obtidos. Se por um lado o hábito de obter as boas classificações do secundário ainda nos invade, por outro, o aumento da exigência e a diminuição da personalização do ensino faz com sejamos atirados para longas noites de estudo e momentos de longo stress.


Esta vontade de triunfar faz com que muitos alunos sintam a necessidade de se isolarem em horas infindáveis de estudo, perdidas entre resumos, folhas e computadores, não aproveitando, assim, aquilo que uma nova cidade e novas pessoas lhes podem trazer.


Ao meu ver, é necessário entender que todo o conhecimento adquirido em aulas teóricas ou práticas apenas pode ser aplicado no contacto com a sociedade que nos envolve e em discussão com aqueles que estão ao nosso lado, em qualquer que seja área de estudo. As aulas devem sempre ser elementos que nos levem à discussão e questionamento e nunca uma resposta final, imutável e finita em si própria. Esta atitude de fechamento, que por vezes observamos em alguns alunos, acaba por prejudicar o próprio estudante, mas também o profissional e pessoa que daí sairá.


Quando falamos de vida extra faculdade não falamos apenas de saídas à noite e longas conversas na esplanada, mas também de algo que considero ainda mais importante, falamos do envolvimento social, como o associativismo, que nos deve sempre acompanhar. Quer seja através de associações estudantes, de voluntariado ou outras que nos permitam fazer algo mais que o próprio estudo. Desta forma, o associativismo torna-se essencial na construção do ser e da forma de pensar o que, por consequência, melhora o aproveitamento escolar e ainda o nível anímico na execução de tarefas. É também neste ponto que surge a importância do desporto, qualquer que ele seja, faz com que os níveis de concentração e empenho naquilo que nos é pedido seja maior. Isto leva a um estudo mais produtivo, além de apelar a uma melhor organização do tempo, o que com o passar dos anos nos vamos apercebendo que se torna algo imprescindível para alcançar os objetivos pretendidos por cada um.


Posto isto, vemos que a realização de atividades fora dos conteúdos lecionados em cada unidade curricular e por consequência fora da faculdade, são também de uma extrema importância para o viver de uma vida universitária completa, por todos pretendida. Estas pequenas coisas, que dependem das opções de cada um, são decisivas para a formação do profissional e da pessoa que sairá da licenciatura ou mestrado. É também por isto que o mercado de trabalho cada vez olha a mais elementos além da formação académica, pois é cada vez mais do interesse do empregador contratar alguém ativo na sociedade e não apenas um tarefeiro que faz o pedido e não estabelece mais nenhuma relação com o meio em que se insere.