É urgente ponderar em novas formas de promover o interesse de novos membros.

É com um pensamento democrático e livre que todos os dias encaro o desafio do associativismo. Presente em mim desde nova, despertou um espírito reivindicativo relativamente aos mais variados e oportunos temas. Temas esses que tiveram grande impacto na minha vida académica.


Embora as origens deste movimento nos remetam para tempos mais longínquos, foi durante o Estado Novo que se revelou uma forte dinamização do associativismo. Movimentos que se multiplicaram grandemente após o 25 de Abril.


Em pleno século XXI, estes movimentos continuam presentes e são a representação de muitas moções estudantis (onde dedico grande parte do meu trabalho), sejam elas associações culturais, de recriação, ou de lazer e saúde.


O associativismo leva a uma união que tende para um pensamento coletivo, nada obstante, é exigido um desenvolvimento de pensamento crítico individualizado, o que, indiretamente acaba por ter reflexos positivos na oratória e na escrita, algo muito benéfico no curso que atualmente frequento.


Quase encaradas as minhas atividades associativas como um segundo trabalho, a gestão do meu tempo é um desafio constante, que me obriga a ser disciplinada, organizada e todos os dias definir as minhas prioridades. É um compromisso diário que leva os meus dias a serem esticados até ao limite, isto é, quase até às 29horas. Apesar do esforço, os frutos que se colhem desta azáfama são a maior recompensa possível – as amizades – das quais não me consigo recordar sem me encher de orgulho e agradecimentos.

No entanto, considero necessária uma reflexão quanto à forma como o associativismo é praticado atualmente, começando por uma alteração de mentalidades das gerações passadas e implementando, cada vez mais, este «bichinho», nas gerações atuais e futuras.


Passar a mensagem que o movimento associativo pode e deve ser uma força geradora de riqueza cultural, social e potenciadora de realização de tarefas/atividades que por vezes parecem impossíveis de realizar.

Vivemos numa sociedade em que tudo se encontra à distância de um “click”, e onde o lema é: «quanto menos tempo, melhor» e em que a impaciência é uma constante. (veja-se que agora até é possível aumentar a velocidade de reprodução de vídeos na Netflix…).


É urgente ponderar em novas formas de promover o interesse de novos membros – através de uma avaliação sobre quais as atividades relevantes na vida de cada pessoa individualmente, e através essa individualidade trabalhar e promover-se uma sociedade melhor. Só esta dinâmica irá fazer com que o associativismo não entre (nunca) numa curva descendente.

Se chegaste até aqui e não praticas nenhum tipo de associativismo, qual é a tua desculpa?