Os territórios menos densamente povoados carecem de um adequado cuidado no repovoamento .

A Europa alcançou nestes 70 anos de paz uma apreciável qualidade de vida e direitos sociais. Num momento em que a insustentabilidade do Estado-social é questionada, pela demografia e envelhecimento, a solução poderá ficar só do lado da imigração?!

Se a solução for apenas essa. É, no mínimo, arriscada!!

Só na imigração, esperar receber 75 mil por ano, praticamente o mesmo número de nascimentos, alterará a identidade nacional. Por isso acho arriscado. É um para um. Uma média que nenhum outro país tem. Somos um país pequeno. Não somos milhões.. Apenas uma dezena …

Encorajar portugueses a voltar, sobretudo de certas latitudes mais instáveis, como a Venezuela, por exemplo, mas também de outros destinos procurados em momento de crise económica e criar condições para termos mais natalidade. Penso que devemos começar por aí, sem prejuízo de uma adequada política migratória complementar. Toda a velha Europa precisa de novos cidadãos, disso não temos dúvida.

Os territórios menos densamente povoados carecem de um adequado cuidado no repovoamento . Os apoios públicos deveriam ser para aí prioritariamente dirigidos.

Eu sempre defendi que deveríamos acolher mais imigrantes e que deveríamos ter uma lei mais permissiva na atribuição da nacionalidade, sobretudo aos descendentes lusos, para os ligar ao território português. Mas sejamos realistas. Neste momento o saldo migratório é quase nulo, e o saldo natural é negativo (o número de mortes ultrapassa o número de nascimentos).Praticamente são em igual número os que partem e os que entram ou regressam…

Por isso a meta de 75 mil entradas por ano parece-me mesmo difícil de atingir sem que outros problemas lhe surjam associados.

Fonte: PORDATA