O título deste meu artigo é elucidativo daquilo que eu pretendo transmitir relativamente ao ano que agora se iniciou, o ano de 2018.

Foram criadas expectativas exageradas, no meu modesto ponto de vista, relativamente ao ano civil que tivemos o privilégio de iniciar há uns dias atrás.

Digo isto porque todos os indicadores, em diversas áreas e de diferentes perspectivas, me indicam que não será o ano glorioso e brilhante que todos esperamos. Os números vindos de cima, os escalões de IRS intermédios que são criados, o habitual show-off de medidas que não passam de melhorias que encobrem mais um rombo no orçamento, levam-nos a crer numa primeira análise com o coração de que se avizinham tempos de bonança e todos viveremos melhor, com mais dinheiro no bolso naturalmente.

Não é esta a minha visão e crença infelizmente, pois à semelhança de todos os anos vimos agora aumentados todos os bens e serviços essenciais, aos quais não conseguimos fugir, vemos os combustíveis aumentar desmesuradamente e para níveis que se aproximarão com toda a certeza dos máximos de que há memória, segundo análises conceituadas e credíveis, a par de um rol de situações que nos demonstram que cada vez mais vivemos para os números, mas lamentavelmente para os números das estatísticas e não os reais.

Há conhecimento dos atrasos em termos de execução de projectos com financiamento de fundos comunitários, mormente por falta da correspondente comparticipação nacional (estatal), sendo estas verbas canalizadas para determinadas situações que tornam virtual todo o bem-estar financeiro nacional.

É também do conhecimento geral que na saúde os organismos do Estado têm vindo a aumentar a sua divida perante os prestadores de serviços e fornecedores. As despesas relativas à época especial de incêndios florestais, que habitualmente são pagas até final do ano, até agora ainda não foram liquidadas referentes ao Verão de 2017 e tudo isto indicia que algo não vai bem no reino das contas públicas, contrariamente à saúde financeira que é apregoada a toda a hora por quem nos Governa.

É cada vez mais real e pressentido o receio de que há um sol imenso que é o Turismo que tapa um sem número de nuvens negras (contas públicas) e mais tarde ou mais cedo o governar à vista nos vai levar a uma ilha deserta e lá teremos que fazer uma jangada de cinco troncos para ser levados até onde possamos ver gente. Mas esta boleia da jangada terá um custo de um iate de lucho, carregado de champanhe…

Tudo isto só para dizer que o ano de 2018 é um ano perigosíssimo, em que nos acenam com um cartaz cheio de sol e praias, em que o operador turístico quer continuar a vender o seu produto, mas chegados ao destino podemos confrontar-nos com despesas acrescidas que não estavam contempladas no pacote reservado.

Não esqueçamos que atrás do aumento do petróleo (e claro imposto sobre os combustíveis), virá a revisão das taxas referência para a zona euro nos seus diversos prazos, Euribor, que terão a tendência de aumentar e desde logo contribuir negativamente para o orçamento de cada família com créditos em curso.

Estejamos pois bem atentos, procuraremos com toda a certeza fazer do nosso ano e das nossas famílias um bom ano, mas inevitavelmente não conseguiremos fazer dele um excelente ano. Oxalá pudesse rever este meu presságio daqui a um ano e penitenciar-me pelo erro da análise.

Votos de muita saúde e que 2018 seja um ano de…melhorias reais!

Este artigo é da exclusiva responsabilidade do autor.