As praias fluviais do interior “estão a alavancar aquilo que é uma forte componente dos investimentos privados”, com a criação de emprego associado à construção de novas unidades de alojamento, afirmou Pedro Machado à agência Lusa. O mesmo responsável deu os exemplos de Oliveira do Hospital, Penela, Seia e Pampilhosa da Serra, quatro municípios da região Centro onde, nos últimos anos, a soma dos diversos investimentos locais rondou os 42 milhões de euros. “Há um acréscimo do valor dos investimentos associados à oferta das praias fluviais”, sublinhou. Atualmente, as praias das ribeiras, rios e albufeiras asseguram “uma oferta crescente e diversificada do interior do país”, além de serem “complementaridade em relação à oferta do litoral e das praias oceânicas”, segundo o presidente da Turismo do Centro de Portugal. Com a qualidade de muitas das praias fluviais, “há um ganho de qualidade da oferta e de escala” na área turística, acentuou. Ao todo, entre praias fluviais e marítimas da região Centro, 51 foram distinguidas com Bandeira Azul em 2013, número que este ano aumentou para 55. Pedro Machado salientou que as praias fluviais são “infraestruturas que permitem não só criar fluxos turísticos” nos territórios de baixa densidade demográfica durante o verão, mas também no período do inverno, já que “têm associada uma forte componente gastronómica e patrimonial”. O interior “tem uma componente de diversidade maior de produtos turísticos, constituindo as praias de água doce verdadeiras molas de atração e desenvolvimento” das áreas montanhosas do Centro de Portugal, enfatizou. Para Pedro Machado, estas praias “acabam por ser também um bocadinho ‘cartão de visita’ das economias locais”, tendo associados pequenos negócios com produtos como artesanato, mel, enchidos, queijo, hortícolas e frutas, entre outros das zonas rurais. Muitas delas estão classificadas como “praias acessíveis”, o que revela “um esforço particular do turismo inclusivo”, concluiu.