Artigo de Opinião
“Que raio de política florestal por cá se pratica para estarmos sempre com o coração nas mãos quando o calor se começa a fazer sentir? As matas têm que ser limpas e as árvores desbastadas para que o fogo não as possa consumir”
Mais uma vez o Alcalde de Navasfrias, Celso Ramos, teve a gentileza de nos emprestar a máquina destroçadora de matos, com lagartas, para nos podermos proteger do flagelo dos fogos que todos os anos nos assustam. No passado domingo pedimos, verbalmente, a máquina ao Alcalde amigo e de imediato contactou com o guarda florestal, da zona de Navasfrias, e com o operador da referida máquina. Ficou acordado que iríamos no dia seguinte buscá-la. Assim aconteceu. Segunda-feira fomos buscar a máquina. O José Manuel André, chefe da equipa de sapadores dos Foios, é o operador do lado de cá.
Hoje [dia 19 de Março] desloquei-me ao pinhal que está a ser limpo e fiquei deslumbrado com os resultados. Realizei algumas fotos que comprovam os excelentes resultados. A limpar à mão a equipa teria trabalho para cerca de vinte dias e com a famosa máquina o pinhal ficará limpo e protegido em quatro ou cinco.
De referir que os silvados chegavam ao meio das árvores. Como os fetos também abundam era local propício para o javali se poder esconder ou até mesmo criar. Hoje os sapadores lá encontraram algumas camas. Não escreveria este artigo se não se tivesse apoderado de mim algum sentimento de frustração e revolta, que tem a ver com o desleixo a que a maioria das nossas florestas é votada.
Fico pasmado e invejoso quando caminho pelas matas das terras vizinhas espanholas, pelo facto das coisas não acontecerem de igual modo do nosso lado. Que raio de política florestal por cá se pratica para estarmos sempre com o coração nas mãos quando o calor se começa a fazer sentir? As matas têm que ser limpas e as árvores desbastadas para que o fogo não as possa consumir.
Não seria muito mais vantajoso termos menos árvores e com menos risco de poderem ser dizimadas pelo fogo? Não sou técnico florestal, mas até aí ainda consigo entender.
Grácias, Amigo Celso Ramos.
José Manuel Campos
(Foios/Sabugal)
