Presidente da Comissão Europeia justifica crise portuguesa com opções económicas falhadas e comportamentos “erráticos” da banca.
Durão Barroso, que foi primeiro-ministro entre 2002 e 2004, considera que foram as opções erradas que Portugal tomou nos últimos anos que conduziram à crise atual, mas acredita que é possível restaurar a confiança dos investidores no país e «ganhar uma credibilidade» que permita «financiar-se por si mesmo». Uma crise que «resulta de escolhas económicas que não conseguiram resolver os problemas estruturais da competitividade portuguesa», sustentou o presidente da Comissão Europeia numa intervenção gravada para a conferência TSF/OTOC que se realiza hoje. Opções que «levaram a uma acumulação de dívida pública que pura e simplesmente não era sustentável». Durão Barroso fez questão de esclarecer que «não foi a União Europeia a causa da crise», e sim os «comportamentos erráticos do setor financeiro – nalguns casos inaceitáveis e ilegais – e a acumulação de erros em termos de acumulação de dívida pública a nível nacional» que conduziram à situação que a Europa em geral, e Portugal em particular, hoje vive. «A Europa não é causa do problema, é parte da solução» garantiu o presidente da Comissão Europeia, defendendo uma construção assente no federalismo e dizendo que é fundamental a união económica para além da união monetária. «Juntos seremos mais do que a simples soma das unidades», disse Barroso, defendendo que se a Europa quer «contar no mundo», então a soberania «tem que ser partilhada».