O presidente do Bancoldex, banco de desenvolvimento colombiano, considera que o estreitamento das relações entre Portugal e a Colômbia poderá servir de ponte para Bogotá vir a investir em África.
Santiago Rojas Arroyo falou à Lusa à margem de um seminário sobre os apoios financeiros para investir na Colômbia, em que participou na semana passada. Questionado sobre se Portugal pode ser uma plataforma para outros países de língua portuguesa, como África, o presidente do banco disse que sim. «A Colômbia tem África totalmente em segundo lugar, por desconhecimento, e ter contactos com empresas que conhecem bem África pode ser uma ponte», considerou Santiago Rojas Arroyo.«”É uma relação interessante em que ambos [os países] complementam-se», disse. Enquanto presidente do Bancoldex, Santiago Rojas Arroyo veio a Portugal apresentar os produtos financeiros de apoio que podem ser utilizados por todas as empresas que pretendam investir na Colômbia. «Há apoios e nós não discriminamos, basta que queiram investir na Colômbia», disse, explicando que a entidade não empresta dinheiro directamente, mas através de outras instituições financeiras. Para o gestor, «há um crescente interesse das empresas portuguesas na Colômbia porque é um país dinâmico e que está a crescer a níveis superiores de outros da região». No passado, «a nossa relação com Portugal não era tão forte como o que acontecia com outros países europeus», afirmou, adiantando que a Colômbia é o destino que as empresas portuguesas procuram tendo em conta a economia europeia. «A Colômbia é um país onde a classe média está a crescer e são milhares de novos consumidores que querem comprar coisas novas», apontou. Tecnologias, têxteis ou retalho são algumas das áreas nas quais os portugueses têm manifestado interesse, disse, apontando o caso da Jerónimo Martins, que arranca com o seu negócio na Colômbia a 13 de março, com a inauguração de duas lojas Ara e um centro de distribuição em Pereira, região cafeteira.