O presidente da Câmara Municipal de Almeida, António Baptista Ribeiro, disse este domingo à agência Lusa que a autarquia tem a decorrer o procedimento de candidatura da antiga praça-forte da vila fronteiriça a Património Mundial.
«Estou a trabalhar para isso. Quero que Almeida entre na lista indicativa da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Creio que até ao final do ano o vamos conseguir», disse o autarca à margem das comemorações do cerco de Almeida durante as Invasões Francesas de 1810. Segundo António Baptista Ribeiro, o município a que preside tem «muito trabalho feito» com esse objetivo. «Temos muito trabalho feito, preparámos o nosso dossier de candidatura. Vamos, como disse, entrar na lista indicativa da UNESCO e creio que vai acontecer até ao final do ano», acrescentou. O autarca lembrou que falhou a candidatura conjunta com Elvas, Valença e Estremoz, mas o município de Almeida não desistiu da ideia e tem trabalhado para apresentar uma proposta junto da UNESCO. A representante e o embaixador de Portugal na UNESCO sabem da pretensão da Câmara Municipal de Almeida e «também acarinham» a ideia, daí que o autarca aguarde «pela evolução dos acontecimentos». Para já, o autarca disse ser «muito provável» que, neste momento, Almeida apresente «uma candidatura individualizada, mas que depois será tomada em série, numa outra escala», envolvendo outros municípios nacionais e espanhóis da linha da fronteira. António Baptista Ribeiro justifica a candidatura de Almeida a Património Mundial pelas características únicas que a antiga praça-forte possui. «Nós temos um património arquitetónico ímpar. Temos umas das muralhas melhor conservadas da Europa, temos umas ‘Casamatas’ (construções subterrâneas à prova de bomba) que são únicas no mundo. Nós queremos fazer esta promoção de Almeida», disse à Lusa. A fortaleza militar de Almeida, rodeada por um fosso, foi construída nos séculos XVII e XVIII. Tem forma hexagonal e é constituída por seis baluartes (São Francisco, São Pedro, Santo António, de Nossa Senhora das Brotas ou do Trem, de Santa Bárbara e de São João de Deus) e igual número de revelins (da Cruz, dos Amores, da Brecha, de Santo António, do Paiol Doble ou Hospital de Sangue). A antiga praça-forte de Almeida, localizada perto da linha de fronteira com Espanha, é considerada uma “joia” da arquitetura militar abaluartada.
