A entrada em funcionamento do novo bloco do hospital da Guarda, vai ser importante para atrair novos médicos, considerou o presidente do conselho de administração da ULS da Guarda.
Tendo em conta que o Hospital Sousa Martins (HSM) tem carências de especialistas em determinadas áreas, Vasco Lino disse à agência Lusa esperar que o novo edifício «ajude» a captar e a fixar novos médicos na cidade da Guarda, no interior do país. «Eu espero que isso ajude, mas eu diria que o mais importante é os médicos poderem encontrar aqui técnicas e equipamentos que possam tornar a unidade mais atrativa e isso não depende necessariamente de o hospital ser novo ou velho, depende mais, realmente, de poder utilizar aqui outras técnicas mais avançadas e mais diferenciadoras. E eu espero que isso também aconteça», declarou. O novo edifício do HSM, que representa um investimento de 50 milhões de euros, está na fase final de conclusão, prevendo a administração que a entrega da obra comece a ser realizada a partir da terceira semana de fevereiro, seguindo-se a instalação dos equipamentos e a transferência dos serviços. O responsável deseja também que sejam criadas «condições de diferenciação», em colaboração com instituições de caráter de ensino e hospitalares, para que a nova unidade seja «mais atrativa e para que haja mais gente a fixar-se» no hospital. «A Guarda vai ficar com um hospital de nível elevado, mas a Guarda tem profissionais de nível elevado. (…) Nós temos bons profissionais, empenhados, conhecedores, e que, muitas vezes, não têm o relevo, o destaque e o reconhecimento que lhes seria devido», observa Vasco Lino. Tendo o HSM instalações novas, «isso poderá ser também um fator motivador e que até permita transmitir para o exterior essa imagem», admite. Segundo o presidente da ULS/Guarda, aquela unidade de saúde tem atualmente falta de especialistas em diversas áreas, sendo a situação mais preocupante nos serviços de cardiologia e de gastrenterologia. «Temos um quadro bastante deficitário e temos problemas de médicos com contratos pós-reforma e não sabemos o que irá acontecer depois de julho, se haverá ou não condições para os manter aqui», disse. Há também casos de médicos que estão em regime de contrato e outros que estão como prestadores de serviços, pretendendo a administração da ULS corrigir o atual vínculo laboral. «Temos problemas de médicos que se vão reformar, temos problemas de médicos que estão em contrato e que não sabemos se será possível renovar, temos problemas de médicos que estão como prestadores de serviços de empresas prestadoras de serviço», acrescentou. Tendo em conta este cenário, a ULS/Guarda fez um pedido de reforço dos seus quadros, tendo solicitado «mais de 100 médicos» ao Ministério da Saúde, indicou o responsável.