Emanuel Dinis, de 24 anos, que pretende “revolucionar o mercado” com esta criação, frequentou a licenciatura e o mestrado em Ciências Biomédicas na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, que finalizou no ano letivo de 2013/2014, estando atualmente a lançar a sua empresa, na Irlanda, com mais dois colegas canadianos.
Em respostas por escrito enviadas à agência Lusa, o investigador referiu que a empresa denominada Chinova Bioworks pretende “revolucionar o mercado de bebidas naturais introduzindo um novo preservante, totalmente natural, com um largo espetro antimicrobiano sem alterar as propriedades da bebida”.
“Com este produto, o setor de bebidas naturais consegue prolongar a validade destas bebidas e diminuir o risco de perder dinheiro devido ao curto prazo de validade. Desta forma, as empresas ganham, mas também o cliente final, o consumidor deste tipo de bebidas, pois tem um produto 100% natural, fresco, seguro e saboroso”, referiu.
Segundo Emanuel Dinis, na origem do desenvolvimento do produto esteve o facto de “uma das grandes preocupações das pessoas nos dias de hoje é a saúde e bem-estar e, por isso, cada vez mais (…) procuram produtos totalmente naturais, frescos e com elevado valor nutricional, o que levou a um crescimento brutal no setor de bebidas naturais”.
No entanto, acrescenta, para as empresas que produzem este tipo de bebidas, a sua conservação “é um grande problema”, pois “não contêm qualquer tipo de químico para proteger contra a deterioração”, o que leva a que tenham curta validade e sejam conservadas no frio.
“E é este o problema [em] que a equipa Chinova Bioworks está focada. Desenvolvermos um conservante totalmente natural eficaz e seguro que consiga aumentar a validade deste tipo de bebidas tão populares atualmente, sem alterar a frescura, o sabor e as propriedades nutricionais”, indicou.
O investigador português disse ainda à Lusa que a equipa espera ter no final do mês “uma versão inicial” do produto para entregar ao primeiro cliente, uma empresa de bebidas japonesa.
“Estamos também em contacto com outras empresas interessadas no nosso produto, quer para aplicações em sumos naturais mas, também, para outras aplicações, como bebidas em geral, iogurtes, compotas ou comida”, disse.
Aquela empresa foi selecionada para fazer parte do IndieBio 2016, considerado “o maior programa de aceleração de empresas da área da biotecnologia de toda a Europa”.
Emanuel Dinis considera que Portugal “teria sido um bom ponto de partida para começar esta aventura”, mas a oportunidade de participar no IndieBio “veio no momento certo”.