Os primeiros nove meses do ano acabaram com contas mais negativas do que as previsões do Governo. De acordo com os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística, o défice das Administrações Públicas atingiu os 3,6% do PIB entre janeiro e setembro, um alívio claro em relação ao mesmo período do ano passado mas ainda assim uma redução mais modesta do que o esperado.
A ajuda ao Novo Banco, contabilizada no terceiro trimestre do ano passado, agravou os resultados de 2014, mas mesmo excluindo o efeito da resolução pública as contas melhoraram face ao défice de 5,1% no período homólogo. As despesas melhoraram substancialmente, mas as receitas não subiram o suficiente para equilibrar as contas do Estado, que ficara com um ‘rombo’ de 4.843,7 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2015.
Mesmo com os impostos sobre a produção e importação a crescerem 8,2 pontos percentuais e sem os efeitos extraordinários da ajuda ao banco de transição do antigo BES, o ajustamento público foi mais lento do que o governo PSD/CDS-PP tinha previsto. A meta de um défice abaixo dos 3% do PIB no final de 2015 continua em risco, mesmo considerando que os critérios mais ‘simpáticos’ de Bruxelas na avaliação do balanço global das contas.
A ajuda pública ao Banif será contabilizada nas contas do Estado deste ano, mas não fará parte das contas enviadas para a União Europeia por ser um processo extraordinário com limitações previstas no Pacto Orçamental.