Douro fiscaliza as vindimas para garantir genuinidade dos vinhos

Equipas do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto espalham-se pela região, nesta altura de vindima, para fiscalizarem desde o corte das uvas, ao transporte e entrada nos centros de vinificação para garantirem a genuinidade dos vinhos.

Nas vinhas cortam-se as uvas que depois são transportadas para os centros de vinificação. Existem cerca de 1.700 no Douro, sendo que 150 concentram mais de 90% de toda a produção desta região demarcada.

Os fiscais do IVDP estão atentos a toda esta movimentação, percorrendo o território em ações de fiscalização.

Numa dessas ações, num cruzamento perto de São João da Pesqueira, distrito de Viseu, dois militares da GNR mandaram parar carrinhas e camiões e os elementos do instituto público conferiram os dados, desde o registo da viatura, a matrícula, o produto transportado, a quantidade e os documentos de acompanhamento.

O presidente o IVDP, Manuel de Novaes Cabral, afirmou aos jornalistas que a fiscalização é feita durante todo o ano, mas que esta se intensifica durante a vindima porque é durante este período que há mais circulação de produtos vitivinícolas, quer sejam uvas, mosto ou aguardente.

“Fiscalizar, controlar e certificar” são, segundo o responsável, as três palavras que resumem a missão do IVDP, a quem cabe garantir a genuinidade dos vinhos do Porto e do Douro.

Nestas ações no terreno, os fiscais possuem também um ‘tablet’, através do qual conseguem aceder ao servidor do IVDP e confirmar de imediato os dados fornecidos pelos condutores.

Sérgio Carrega foi um dos condutores que foi mandado parar. A carrinha onde seguia estava carregada com seis toneladas de uvas e seguia para São Martinho de Anta, em Sabrosa.

“Acho bem que façam estas ações porque há muitos carros sem seguros e às vezes até com uvas clandestinas o que depois prejudica o trabalho dos outros produtores”, salientou.

Da estrada, os fiscais seguem depois para um dos centros de vinificação onde as uvas são entregues. Todas estas unidades têm que preencher uma aplicação informática onde é registado o nome do viticultor, a matrícula do veículo, freguesia de origem, hora e cor das uvas.

Os dados têm que ser submetidos ao IVDP no espaço de 48 horas.

Na Quinta da Nogueira entram cerca de 120 toneladas de uvas nestes dias de vindima. Aqui a produção média de vinho ronda as quatro mil pipas.

“No centro de vinificação verificamos o registo de entrada de uvas, verificamos a vinificação, a utilização do mosto e da aguardente, do volume de aguardente utilizado”, explicou Alfredo Silva, dos serviços de fiscalização do instituto.

O responsável referiu que se segue o rasto das uvas desde a vinha até ao centro de vinificação, fazendo-se depois um cruzamento de dados. O objetivo é, frisou, “verificar a genuidade da origem das uvas”.

As irregularidades têm diminuído e, segundo Manuel Cabral, as verificadas têm sobretudo a ver com a “não regularidade documental”.

O controlo é feito também nas zonas periféricas para fiscalizar a entrada de vinho de fora da região e, depois, quando as vindimas já estiverem a acabar, o IVDP avança para o controlo das quantidades de vinho produzidas.

Na vindima do ano passado, o IVDP passou por 412 centros de vinificação e levantou quatro autos.

A missão fundamental do IVDP, com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, é promover os vinhos do Porto e do Douro em Portugal e no mundo e garantir o controlo da qualidade e quantidade destes produtos.

 


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