“Não há acordos de esquerda para prosseguir a política de direita” diz Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou ontem, em Seia, que o partido não fará acordos com o PS “para prosseguir a política de direita”.

“O que o PS não pode esperar é que o PCP dê o seu acordo ou apoio a medidas e políticas que vão contra os interesses, aspirações e direitos do povo e do país. Não. Não há acordos de esquerda para prosseguir a política de direita. Temos esse compromisso com o povo, com o povo manteremos esse mesmo compromisso”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP, que falava na sessão de encerramento da VIII Assembleia da Organização Regional da Guarda do PCP, no Centro de Interpretação da Serra da Estrela, em Seia, afirmou ainda que “o atual PS, que se apresenta a dar ares de viragem à esquerda e a colocar o contador das responsabilidades a zero”, não tem nada de novo a dizer “em relação a questões que são vitais para a concretização de uma política alternativa”.

“E isso está cada mais claro nos silêncios, nas indefinições, nos adiamentos, nas tomadas de posição concretas sobre os problemas do país, nas exigências de uma falaciosa unidade da esquerda assente na política do cheque em branco”, acrescentou.

Jerónimo de Sousa lembrou que o PCP “nunca hesitou em votar, em acordar, em apoiar medidas que considera positivas para os trabalhadores, para o povo e para o país”.

No seu discurso, disse ainda que a grande solução para mudança de rumo do país exige “alterar a correlação de forças no plano eleitoral e no plano social, dando mais força ao PCP” e com esse reforço “romper com o rotativismo dos partidos da alternância e sem alternativa” e derrotar o Governo que “afunda o país”.

O país precisa “urgentemente de uma outra política, uma política patriótica e de esquerda”, que assuma nas suas opções fundamentais “a defesa e o aumento da produção nacional e a recuperação para o controlo público de empresas e setores estratégicos e colocá-los ao serviço do país”, defendeu.

Em sua opinião, é preciso concretizar “uma verdadeira alternativa, pondo fim às soluções de mera alternância como as que têm sido protagonizadas ora pelo PS, ora pelo PSD, com ou sem o CDS”.

“Faça o que fizer este Governo, está derrotado pela luta dos trabalhadores e do nosso povo”, referiu.

Jerónimo de Sousa falou ainda de algumas medidas tomadas pelo atual executivo liderado por Passos Coelho em setores como a educação, a saúde, a justiça, a segurança social e a agricultura.

Falando em um distrito de forte produção agrícola, não poupou críticas à ministra da Agricultura dizendo que o Ministério da Agricultura está transformado, por um lado, numa “imensa máquina de propaganda” e, por outro lado, “é hoje uma espécie de procurador dos grandes interesses do agronegócio”.


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