“Falta essencialmente vontade política dos municípios, é fundamental que os municípios elegam a segurança rodoviária como uma prioridade para que haja outra qualidade de vida. É evidente que um plano municipal de segurança rodoviária não é muito visível, uma coisa que dê para fazer, do ponto de vista autárquico, uma promoção por aí além”, disse à agência Lusa João Almeida.
O secretário de Estado esteve hoje presente, na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), na apresentação de uma campanha de prevenção de acidentes, intitulada “Segurança dos ciclistas, uma responsabilidade partilhada”.
Os planos municipais de segurança rodoviária, previstos na Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária já há algum tempo, permitem, segundo o governante, “salvar vidas” e “melhorar, em muito, a qualidade de vida dos cidadãos dentro das localidades”.
O secretário de Estado adiantou que “o Governo procura, através da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, motivar os municípios para esse desenvolvimento”, mas essa competência é das autarquias.
João Almeida sublinhou que “a maior resistência à grande redução” da sinistralidade rodoviária registada em Portugal nos últimos anos ocorre dentro das localidades, sendo, por isso, necessário que cada município analise quais sãos os principais problemas e riscos e faça um planeamento das infraestruturas para evitar esses acidentes.
“Há uma incidência grande de atropelamentos em alguns concelhos específicos e há um nível de sinistralidade envolvendo utilizadores de bicicletas bastante significativo”, afirmou, acrescentando que é fundamental planear “devidamente a estrutura para que esteja preparada para resistir a este tipo de acidentes e promover a convivência, dentro das localidades, entre automobilistas, utilizadores de bicicletas e peões”.
De acordo com o secretário de Estado, são cerca de 15 as autarquias que têm um plano municipal de segurança rodoviária.
“É completamente insignificante ao nível do contexto nacional, principalmente porque faltam planos municipais de segurança rodoviária nos municípios onde a sinistralidade é maior, principalmente os atropelamentos”, sustentou.
João Almeida adianta que, durante o próximo ano, o Governo vai trabalhar, em conjunto com a Associação Nacional de Municípios Portugueses e algumas autarquias, no desenvolvimento de alguns projetos para que se consiga inverter essa situação.