O Passeio

 

Presentemente “O Passeio” realiza-se no dia da Festa, com mais ou menos variações entre as localidades. A emigração modificou muitos costumes, nomeadamente fez alterar, em muitas localidades, as datas das festividades principais de modo a coincidirem com o mês de agosto, “o mês dos emigrantes”. Os mordomos munidos de alabardas, uma espécie de instrumentos bélicos, devidamente ornamentadas, percorrem a aldeia logo pela manhã, acompanhados do tamborileiro. Nalguns casos, este cortejo acompanha a procissão, seguindo os mordomos à frente em duas filas de jovens, resumindo-se o passeio ao cerimonial pós e/ou antes da procissão, ao contrário de outros tempos em que dava várias voltas ao Povo. Em qualquer dos casos o compasso da comitiva é marcado pelo bater ritmado do tambor, enquanto a bandeira é bandeada.
No dia da capeia, nas localidades em que aquela não coincide com o Santo da Festa, ou pela tarde nas outras, o Passeio volta a sair dirigindo-se para a Praça. Acontece também que a comitiva visite as casas da povoação, nomeadamente as habitações dos novos mordomos, a fim de lhe ser passado o testemunho. Testemunho que, de um modo geral, é aceite como uma honra, até porque a tradição avisa que o Santo não gosta de quem se nega a dar-lhe a festa não o protegendo no casamento. Esta ideia de que as pessoas serão “castigadas” aplica-se também à festa do padroeiro e são poucos os casos de renúncia.