“Estamos no caminho para que lá mais para o final do ano possamos inaugurar, benzer e voltar a ouvir esta magnífica solenidade que é o órgão de tubos”, salientou hoje o autarca Sérgio Costa, durante a assinatura dos contratos de financiamento com o Fundo de Salvaguarda do Património e interadministrativo com o instituto Património Cultural para intervenção no Órgão de Tubos da Sé da Guarda.
O autarca destacou que “hoje se faz um pouco de história, porque há séculos que não se ouve tocar o órgão de tubos na Sé”.
Sérgio Costa lembrou que a Sé da Guarda é “a única do país que não tem um órgão de tubos”, considerando por isso ser importante a assinatura dos contratos que vão permitir atingir “esse objetivo lá para o final do ano e também poder afirmar a cultura da região”.
A secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, manifestou-se satisfeita por estar na Guarda para assistir à assinatura dos dois contratos que vão permitir “concluir e resolver este problema que se arrasta há várias décadas”.
Isabel Cordeiro precisou que a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “contempla 450 mil euros para este projeto específico na Guarda” que “no fundo permite ambicionar que dentro em breve se possa de novo ouvir o órgão da Sé a tocar”.
O bispo da Guarda, Manuel Felício, agradeceu à tutela o esforço “para que fossem ultrapassadas algumas dificuldades”. “Hoje temos aqui o caminho aberto. Para nós é uma grande esperança, porque este povo está à espera há décadas”, disse, na sessão que decorreu na Câmara Municipal da Guarda.
Os contratos visam concluir os trabalhos de instalação do órgão da Sé que já está a ser construído.
O padre José Farinha, membro da Comissão do Órgão de Tubos da Sé, disse à margem da assinatura dos contratos, que a construção do órgão está “numa fase muito adiantada, mas ainda há muito fazer”. “Estarão concluídos 70% dos trabalhos”, precisou o sacerdote.
O órgão de tubos está a ser construído pelo organeiro Frederico Desmottes, em Espanha. O custo total é cerca de 930 mil euros, como foi anunciado em junho de 2022.
O investimento é repartido pelos fundos comunitários do Portugal 2020, pelo Ministério da Cultura, pela Diocese da Guarda e apoio dos municípios.
A Diocese da Guarda está a promover uma campanha de angariação de fundos denominada “Tubo a Tubo” com o objetivo de conseguir 300 mil euros. O bispo da Guarda adiantou à Lusa que já foram conseguidos 250 mil euros.
A Sé da cidade mais alta do país é um templo de estilo gótico, todo em granito, que levou cerca de 150 anos a construir (finais de século XIV até meados do século XVI).
