Saúde é o principal setor de inovação na região Centro

Um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian conclui que o setor da saúde é “de longe” a principal área de aplicação de inovação na região Centro, seguindo-se as máquinas industriais, a indústria agroalimentar e a construção.

O estudo “Portugal no Centro”, da Iniciativa Cidades da Calouste Gulbenkian, destaca o peso do setor de saúde quando se aborda a criação de projetos de inovação na região Centro, emergindo como a área que “reúne um maior leque de organizações que aí direcionam os seus esforços”.

Os restantes setores que se destacam pela aplicação de processos de inovação são, por ordem decrescente, as máquinas industriais, a indústria agroalimentar, a construção, os transportes e logística e a energia, nota o estudo.

No entanto, é impossível olhar para a região como uma zona que se possa organizar em torno de um só ‘cluster’, disse à agência Lusa um dos investigadores do estudo, José Manuel Félix Ribeiro, classificando o Centro como “um mosaico” com diferentes atividades económicas relevantes.

O estudo elenca como ‘megaclusters’ da região a cerâmica e materiais de construção, a alimentação e bebidas, o setor automóvel e a mecânica, material elétrico e automação.

Já como ‘protoclusters’ (conjunto que desempenha um papel na emergência de atividades inovadoras), surgem as indústrias e serviços de saúde, as telecomunicações, as tecnologias de informação e aplicações industriais e móveis da automação e robótica.

O estudo “Portugal no Centro”, que é apresentado em Coimbra na quarta-feira, destaca também que a estrutura de inovação económica desta zona do país privilegia “as relações de maior proximidade territorial dentro da região Centro, mas que se estende para além do subsistema, sobretudo para o noroeste”.

“O Centro é muito importante na articulação do país”, estabelecendo “relações estreitas com o norte e com a Área Metropolitana de Lisboa, indo do litoral até à fronteira de Espanha”, notou José Manuel Félix Ribeiro, sublinhando a importância da região “para a coesão territorial”.

Face ao seu território extenso e assente num pequeno conjunto de “cidades médias”, a região acaba por potenciar “múltiplas geometrias de relacionamento territorial”.

“Aveiro liga-se a Viseu e Coimbra, e articula-se com a metrópole do Porto”, Leiria relaciona-se com Coimbra, com o Oeste e Vale do Tejo, e com a metrópole de Lisboa, “Castelo Branco tende cada vez mais para o litoral e para a metrópole de Lisboa”, enquanto a Guarda pende para ocidente e interliga-se com o Douro e Espanha. Viseu é uma polaridade de intermediação entre o litoral e o interior”, refere o estudo.

A apresentação do estudo, editado em livro, vai decorrer na quarta-feira, a partir das 16:00, na Sala do Senado da Universidade de Coimbra, estando prevista a presença do reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, e do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva.


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