Recoleite deixou de recolher leite de dezenas de produtores

Decisão apanhou de surpresa agricultores dos concelhos de Guarda e Pinhel A suspensão da recolha de leite por parte da Recoleite deixou em aflição vários produtores de leite dos concelhos da Guarda e Pinhel, que ficarem sem saber o que fazer à produção diária. A decisão da empresa apanhou de surpresa os produtores, que de […]

Decisão apanhou de surpresa agricultores dos concelhos de Guarda e Pinhel

A suspensão da recolha de leite por parte da Recoleite deixou em aflição vários produtores de leite dos concelhos da Guarda e Pinhel, que ficarem sem saber o que fazer à produção diária. A decisão da empresa apanhou de surpresa os produtores, que de imediato procuraram formas de resolver a situação. Na última semana, alguns agricultores deslocaram-se à capital de Distrito para reunir com a Governadora Civil. O problema foi também discutido em Pinhel, com a participação de produtores, autarquia e Associação de Agricultores e Criadores de Gado (AGRIPEC) com sede naquele Concelho. Na reunião, realizada na noite de sábado, dia 31 de Janeiro, esteve também uma responsável da Lacticínios do Mileu, empresa da Guarda vista como a ‘tábua de salvação’ de muitos produtores.
 
Vários agricultores da região foram apanhados de surpresa com a decisão da Recoleite de suspender a recolha de leite no dia 31 de Janeiro. Esta decisão caiu ‘como uma bomba’ para os produtores, que, de um momento para o outro, ficarem sem saber o que fazer ao leite produzido diariamente.
 
A situação tirou o sono a muitas famílias, que, perante a comunicação feita pela Recoleite – Recolha de Leite da Beira Interior, Lda, com sede em Trancoso, fizeram de tudo para tentar arranjar uma solução.
 
Na freguesia de Codeceiro, no concelho da Guarda, estão alguns dos produtores que ficaram apreensivos mal tomaram conhecimento da decisão. Na informação que chegou ao Posto de Recolha local, a empresa justificou a suspensão com o facto de “o leite entregue não reunir as condições de qualidade (teor microbiano e células somáticas)”, para além de, segundo a Recoleite, nesse local não estarem reunidas as condições de higiene necessárias. Razões que não são aceites pelos produtores.
 
 “Estou revoltado, porque, se tinha a ideia de deixar o leite, devia ser a própria Recoleite a falar com outras empresas para assegurar a recolha”
 
Delfim Madeira Foito, residente na anexa de Paiviegas, foi um dos produtores afectados pela suspensão decidida pela Recoleite. A situação deixou em desassossego toda a família, que viu dificuldades para encontrar uma nova empresa que quisesse o leite resultante da ordenha das vacas duas vezes ao dia.
 
Na segunda-feira, dia 2, Delfim Foito procurou a Lacticínios do Mileu no sentido de arranjar uma solução para o leite que produz, tal como aconteceu com os produtores do concelho de Pinhel. Durante estes dias, este habitante de Paiviegas desloca-se dia sim, dia não, à fábrica da Guarda para levar o leite, mas espera, tal como outros produtores de aldeias vizinhas, poder vir a contar com o apoio da Associação de Agricultores e Criadores de Gado (AGRIPEC) na recolha e transporte do produto para a empresa do Mileu. “A fábrica aceita o leite, mas de momento não pode fazer a recolha”, diz Delfim Foito, acrescentando que a Associação “ficou de dar uma resposta”.
 
Delfim Foito e a esposa mostram-se revoltados pelo facto de a Recoleite não ter comunicado com tempo que não pretendia continuar a recolher o leite. “Estou revoltado, porque, se tinha a ideia de deixar o leite, devia ser a própria Recoleite a falar com outras empresas para assegurar a recolha”, considera o produtor.

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