Os aromas da Serra da Estrela estão a ser transformados em perfume por duas jovens recém-licenciadas da Universidade da Beira Interior (UBI).
Fausta Parracho e Delfina Meneses decidiram abrir uma pequena empresa de essências naturais, com base em aromas do campo. “Estamos a usar alecrim, hortelãs, mentas, tomilhos, e lavandas”, conta Fausta, à Renascença.
Fausta e Delfina estudaram na Covilhã, uma na área da Química, outra na da Engenharia Electrotécnica. Depois de mais de dois anos de investigação, criaram a Blossom Essence, uma destilaria de óleos essenciais. Todas as plantas a que recorrem “são de origem biológica e certificadas, com o fim de serem incorporadas em produtos de cosmética, farmácia e futuramente em alimentação”.
É na destilaria de óleos essenciais que tudo acontece. Fausta Parracho, 32 anos, explica: “Temos uma caldeira e dois vasos de destilação. É produzido vapor na caldeira, que é injectado em cada um dos vasos, onde estão colocadas as plantas, e essas plantas são atravessadas pelo vapor que arrasta os óleos nelas contidas.”
Ali está um investimento de 20 mil euros, com capitais próprios. As empresárias lamentam não terem tido acesso a financiamento europeu ou estatal, mas esperam recuperar o esforço com o crescimento do negócio. Exportar está no horizonte: “Temos negócios em vista, para exportação. Há países que procuram os nossos óleos pela elevada qualidade, como Espanha. Esperamos expandir a empresa para o dobro, num curto espaço de tempo”.
A empresa, com um ano de actividade, vai, a curto prazo,dar emprego e alojamento a uma família de refugiados, no âmbito de um protocolo celebrado com a PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados. “Estamos a aguardar e comprometemos-nos a acolher uma família de quatro pessoas e a criar um posto de trabalho”, revela Fausta Parracho.
A Blossom Essence está sedeada na Parkurbis da Covilhã, incubadora de empresas da autarquia local. Cheira bem, cheira a Serra da Estrela.