Maiores empresas ibéricas investem 140% mais em medidas para reduzir emissões de CO2

As 125 maiores empresas da Península Ibérica, por capitalização bolsista, investiram 140% mais em medidas de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) entre julho de 2013 e junho de 2014, por comparação com o período homólogo.

A conclusão é do CDP Iberia 125 Climate Change Report 2014, um relatório anual elaborado pelo Carbon Disclosure Project, apresentado esta quinta-feira em Lisboa durante a “Bridges Conferences – Pontes para um Futuro mais Sustentável”, organizada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD). O CDP Iberia 125 Climate Change Report é um relatório, com base num inquérito feito às maiores empresas – 85 espanholas e 40 portuguesas -, que analisa o progresso destas entidades ao nível da gestão de emissões de CO2, dos riscos e das oportunidades de investimento ligadas às alterações climáticas. As respostas dadas pelas empresas referem-se ao período compreendido entre 31 de julho de 2013 e 30 de junho de 2014. Das principais conclusões destaca-se então o investimento total de €14.500 milhões – 140% mais que no período homólogo – em medidas para reduzir as emissões de CO2 decorrentes das respetivas atividades, que se traduziu numa redução anual estimada de mais de 71 milhões de toneladas de emissões de CO2 – 31% mais que no período comparativo anterior. Ainda associada aos investimentos para reduzir as emissões está uma poupança total de €990 milhões, proveniente quer dos rendimentos dos investimentos, quer das medidas de poupança implementadas. Tal valor traduz um crescimento de 19% face ao período homólogo. Ao nível das empresas nacionais, o sector das utilities foi o que mais reduziu nas emissões de CO2, quer pelos investimentos feitos como pelas medidas impostas pelo regulador. “Os resultados das empresas portuguesas são bons, excluindo a taxa de resposta”, indicou Cláudia Carvalho, directora de Sustentabilidade e Business Solutions da PwC Portugal, que apresentou os resultados do estudo. Cláudia Carvalho frisou ainda a importância de mais empresas participarem futuramente no inquérito. Este ano apenas 43% das grandes empresas nacionais respondeu ao questionário. Ao nível das maiores empresas nacionais em que a implementação de iniciativas de redução de emissões através do investimento, poupança e redução das emissões previstas, a Galp Energia é a que tem o melhor desempenho, seguida da EDP. Os lugares cimeiros a nível ibérico pertencem à Iberdrola, Abengoa e Inditex, respectivamente, aparecendo a Galp em quarto lugar. A Caixa Geral de Depósitos, embora não esteja cotada em bolsa, optou por responder ao inquérito e de todas as empresas sem cotação bolsista que responderam ao questionário é a que tem o melhor desempenho nacional. “Estamos perfeitamente cientes da importância do clima para o nosso negócio e como tal a Caixa continua a trabalhar nas questões ambientais”, afirmou Paula Viegas, diretora de Sustentabilidade da CGD, durante a conferência. “Atualmente estamos a finalizar o nosso sistema de gestão ambiental e queremos ser fortes para fazer a mudança”, acrescentou a responsável da CGD. O sistema de gestão ambiental tem como objetivo a certificação ambiental do edifício-sede, em Lisboa. Quando o sistema estiver totalmente implementado, a Caixa será a primeira instituição financeira portuguesa a ter um sistema do género.


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