Líder parlamentar do PSD, na Guarda, considera que “já chega de brincar” com o banco público

Na sessão de abertura da III Academia do Poder Local que conta com 70 participantes e decorre até domingo na cidade mais alta do país.

O líder parlamentar do PSD considerou hoje que o primeiro-ministro “ainda não percebeu que já chega de brincar” com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e que o banco público anda “moribundo há dez meses”.
“Qual é a razão para a festa do doutor António Costa? Ainda não percebeu que já chega de brincar com a CGD dez meses depois de andarmos com notícias em cima de notícias e de não termos uma administração na plenitude da sua função, e na plenitude da sua autoridade para poder ser o guia, o motor do sistema bancário e do sistema financeiro português?”, afirmou hoje o presidente da bancada do PSD, Luís Montenegro, na Guarda, na sessão de abertura da III Academia do Poder Local, organizada pelo PSD e pelos Autarcas Social-Democratas (ASD).
Na sua intervenção, Luís Montenegro perguntou ainda se António Costa “está contente só porque, felizmente para Portugal, o terceiro trimestre correu um bocadinho melhor do que aquilo que estava perspetivado?”.
“É muito poucochinho. Uma expressão que lhe é particularmente cara: é muito poucochinho”, observou.
Em sua opinião, “o que era exigido ao doutor António Costa e ao PS era que dissessem que mudaram o rumo normal (…) do exercício da função governativa, que não permitiram que aqueles que ganharam as eleições governassem porque tinham uma alternativa melhor, que produzia mais e melhores resultados”.
“Não é muito poucochinho depois de um ano em cima de uma trajetória ascendente, em vez de crescer mais, mais a pique, estarmos a cair face àquilo que era o crescimento que vinha de trás?”, rematou.
O líder parlamentar do PSD questionou ainda se “alguém percebe” que o “banco público ande como anda, moribundo há dez meses, infestado de notícias que uns dias dizem que são precisos dois mil milhões, depois três mil milhões, depois quatro mil milhões, depois cinco mil milhões de recapitalização?”.
Perguntou ainda qual é a justificação para que os seus gestores “não mostrem também, de forma transparente, qual é o seu rendimento, qual é o seu património”.
“Por questões de transparência, qual é a explicação? E porque é que o primeiro-ministro aparece ao país a vangloriar-se e a dar os parabéns ao seu ministro das Finanças porque conseguiu uma coisa estupenda que foi aprovar um plano de recapitalização em Bruxelas, da CGD, e porque é que ele não diz o que é que ele acha de a administração que ele nomeou não entregar no Tribunal Constitucional como todos nós entregamos, a sua declaração de rendimentos e de património?”, desafiou.
Luís Montenegro disse que António Costa “acha que é o Tribunal que decide”.
“Como? O Tribunal que decide? (…). Ou ele quando convidou a administração aceitou a condição, porventura colocada por esses futuros administradores de que só iam para a Caixa se não apresentassem esta declaração? É isto que quer dizer este lavar de mãos, este assobiar para o lado do primeiro-ministro?”, vincou.
O presidente da bancada do PSD afirmou ainda que o país está hoje com um “crescimento económico medíocre” e que a economia está “a crescer menos do que está a crescer na Europa”.
Na mesma sessão de abertura da III Academia do Poder Local o presidente dos ASD e da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, disse que a iniciativa, que conta com 70 participantes pretende “ajudar, de norte a sul, a ganhar as eleições autárquicas” de 2017.


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