Beiras e Serra da Estrela é das regiões que mais se desenvolveu em 2013

Serra da Estrela

Índice Sintético de Desenvolvimento Regional, do INE, revela que sub-região formada por 12 concelhos do distrito da Guarda e três de Castelo Branco ocupa o nono lugar do índice nacional sendo a zona do interior mais bem classificada.

As Beiras e Serra da Estrela foi uma das regiões do país que mais se desenvolveu em 2013, de acordo com o Índice Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR), publicado na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O resultado pode parecer surpreendente, mas deve-se em grande medida à junção das sub-regiões da Beira Interior Norte, Cova da Beira e Serra da Estrela numa única NUT III, a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. O que não muda é a “fotografia” de um país a duas velocidades, com o litoral mais desenvolvido que o interior.

Por cá, é caso para dizer que as fraquezas de uns foram compensadas pelas forças dos outros, já que a região ocupa o nono lugar do índice global com um resultado de 97,68 – a média nacional é de 100 e do continente de 100,42. Uma performance que coloca as Beiras e Serra da Estrela, constituída por 15 municípios, à frente da Beira Baixa (96,38) e mesmo de Viseu Dão Lafões (95,11), sendo a zona do interior mais bem classificada neste indicador que mede a evolução das 23 sub-regiões portuguesas em três dimensões distintas (competitividade, coesão e qualidade ambiental). Em 2013, a região formada por 12 concelhos do distrito da Guarda e três do distrito de Castelo Branco é a terceira melhor em termos de qualidade ambiental (109,42), mas ocupa o 22º lugar na competitividade (85,52) e o décimo na coesão (99,19).

No ISDR de 2012, a NUT III da Serra da Estrela (Fornos de Algodres, Gouveia e Seia) liderava o indicador da qualidade ambiental em termos nacionais com um índice de 114, enquanto a Cova da Beira (Belmonte, Covilhã e Fundão) era a melhor da região na competitividade e estava ligeiramente acima dos 90, seguida da Beira Interior Norte (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal e Trancoso) com 87 e a Serra da Estrela (82) ocupava o último lugar da tabela. Na coesão, a Serra da Estrela voltou a ser a melhor classificada com o segundo lugar do ranking nacional (índice 107). A sub-região da Cova da Beira aparecia na 12ª posição (102) e a Beira Interior Norte na 17ª (99), já abaixo do índice médio nacional. Sem surpresas, a região mais desenvolvida do país é a Área Metropolitana de Lisboa, com um resultado de 106,84 (uma melhoria ligeira face a 2012).

Segue-se, talvez de forma surpreendente, o Alto Minho, que regista um índice de 102,24. Só depois vem a Área Metropolitana do Porto, com um índice de 101,15, à frente da Região de Aveiro, que pontua 101,02 no referido índice.

Segundo o INE, o ISDR «baseia-se num modelo concetual que privilegia uma visão multidimensional do desenvolvimento regional», estruturando-o nas componentes da competitividade, coesão e qualidade ambiental. O critério da qualidade ambiental reflete «as pressões exercidas pelas atividades económicas e pelas práticas sociais sobre o meio ambiente e as consequentes respostas económicas e sociais em termos de comportamentos individuais e de implementação de políticas públicas». Já o indicador da competitividade pretende «captar o potencial (recursos humanos e infraestruturas físicas) de cada sub-região, assim como o grau de eficiência na trajetória seguida (educativa, profissional, empresarial e produtiva) e ainda a sua eficácia na criação de riqueza e na capacidade demonstrada pelas empresas para competir no contexto internacional».

Por último, o critério da coesão procura refletir «o grau de acesso da população a equipamentos e serviços coletivos básicos de qualidade, bem como os perfis conducentes a uma maior inclusão social e eficácia nas política públicas traduzida no aumento da qualidade de vida e na redução da disparidades territoriais».


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