Segundo uma nota do gabinete de imprensa do grupo parlamentar do PS na Assembleia da República, Santinho Pacheco, deputado eleito pelo círculo eleitoral da Guarda, “alertou o Governo de que a sede social da empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo nunca esteve na Guarda, tal como foi delineado quando formalmente constituída”.
O comunicado explica que “todas as decisões” eram tomadas “a partir de Lisboa e toda a correspondência dirigida à empresa na Guarda era automaticamente direcionada para a capital”.
“A empresa das Águas de Lisboa e Vale do Tejo foi formalmente constituída em 01 de junho de 2015 (…) e tinha sede social na Guarda. Uma mentira e uma ilusão”, aponta o deputado no requerimento.
Na pergunta dirigida ao ministro do Ambiente, o socialista questiona quando será criada “uma verdadeira sede na cidade da Guarda que dê dignidade a quem aí trabalha, aos clientes da empresa, aos autarcas e à região”.
O parlamentar socialista pergunta também se “está prevista alguma alteração ao nível da estrutura orgânica e hierárquica da empresa que beneficie diretamente a Guarda”.
“Pode ou não a Direção de Saneamento, que terá de ser criada, ficar localizada na Guarda face ao número de infraestruturas e atividade desenvolvida nessa área?”, é outra das questões.
Santinho Pacheco lembra ainda que em janeiro foi aprovada, em Conselho de Ministros, a cisão das Águas de Lisboa e Vale do Tejo com a formação de três novas empresas, entre elas a Vale do Tejo, que engloba as antigas Águas do Zêzere e Côa, Águas do Centro, Águas do Norte Alentejo e Águas do Centro Alentejo.
No entanto, assinala que a nova empresa Vale do Tejo, que integrará a gestão de quase 400 Estações de Tratamento de Águas Residuais, “das quais cerca de metade se localizam na Beira Alta, continuará a ter gestão delegada na Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL)”.
“É pois necessário e oportuno conferir alguma dignidade à Guarda e demonstrar a aposta deste Governo numa efetiva descentralização, na promoção dos territórios de baixa densidade e dar conteúdo prático à Unidade de Missão para a Valorização do Interior”, considera o socialista.