Câmara da Guarda admite compra de Hotel de Turismo se não surgirem privados

O presidente da Câmara Municipal da Guarda anunciou esta quarta-feira que a autarquia comprará o Hotel de Turismo se for realizada a terceira hasta pública e não surgirem empresários privados para a sua aquisição.

“Se vier a terceira hasta pública, eu acredito que a economia privada vai comprar o Hotel de Turismo, mas eu quero dizer aqui hoje: se a economia privada não comprar o hotel, a Câmara da Guarda tem dinheiro para comprar o hotel”, disse Álvaro Amaro.

O autarca eleito pela coligação PSD/CDS-PP falava esta noite num jantar que assinalou os três anos da tomada de posse do executivo que lidera e que reuniu cerca de 500 pessoas, segundo fonte da organização.

O edifício do Hotel de Turismo da Guarda foi vendido em 2010 pela Câmara da Guarda, então liderada pelo socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projeto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se.

Em 2015 a Direção-Geral do Tesouro e Finanças realizou uma hasta pública para venda do edifício que ficou deserta.

O imóvel foi posteriormente colocado à venda, pelo valor de 1,7 milhões de euros, através de um concurso público de arrendamento com opção de compra, mas a empresa interessada no negócio desistiu.

O Governo exigia o pagamento das rendas logo na celebração do contrato, quando a empresa entendia que só devia pagar “depois de abrir o hotel”, explicou hoje Álvaro Amaro.

O autarca lembrou que em maio, quando o primeiro-ministro António Costa esteve na cidade, na inauguração da Feira Ibérica de Turismo, o sensibilizou para o problema e para a necessidade de ser realizada uma terceira hasta pública.

No entanto, disse lamentar que “desde maio até hoje, o Governo ainda não tenha querido fazer a terceira hasta pública”.

“Está tudo acordado entre o Turismo de Portugal e o Tesouro de Portugal”, disse, explicando que “desde maio até agora, falta uma assinatura”.

No seu discurso, o autarca social-democrata lembrou o trabalho feito nos últimos três anos e disse que sob a sua liderança a Guarda foi colocada “no radar do país” e passou a ser “mais atrativa”.

Sobre as eleições autárquicas de 2017, apontou que o PSD apresentará os candidatos até março e que em torno do seu futuro político “não há tabus de espécie nenhuma”.

“Há é trabalho e nós estamos focados no trabalho”, prometeu Álvaro Amaro, dizendo que “aconteça o que acontecer, a Guarda não vai retroceder”.

Em 2013 Álvaro Amaro ganhou as eleições para a maior autarquia do distrito da Guarda, que nos últimos 37 anos foi gerida pelo PS.


Conteúdo Recomendado