Associação exige soluções "a curtíssimo prazo" para o Parque Arqueológico do Côa

A Associação de Amigos do Parque e Museu do Coa (Acôa) exigiu hoje soluções “a curtíssimo prazo” para a situação de “progressiva dificuldade financeira e ausência de estratégia” na gestão daquelas estruturas.

“O momento é crítico e urge uma ação a curtíssimo prazo, uma escolha, uma decisão”, enfatiza a associação, em comunicado.

Declarando-se “preocupada com a situação de progressiva dificuldade financeira e ausência de estratégia que têm pautado os últimos anos da gestão” do Parque e Museu do Coa, a associação alerta a tutela e as diversas entidades com responsabilidade sobre o património classificado e o território que “um bem que é Património Mundial não pode continuar a ser olhado e gerido de forma precária, em regime de transitoriedade, sem meios, sem ambição, sem programa e com dificuldade em mostrar aos portugueses e ao mundo o valor científico e patrimonial ímpar” que o Vale do Côa constitui.

“Sorte a da tutela quando o que há a decidir é afinal tão simples: definir um rumo e permitir que um extraordinário legado que ficou conservado em território nacional possa ser estudado, fruído e mostrado aos contemporâneos e às gerações vindouras como um momento cimeiro da criatividade humana”, escreve-se.

No texto, assinado pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, Pedro Bacelar de Vasconcelos, e pela presidente da Direção, Alexandra Cerveira Lima, a Acôa refere: “A falta de meios, a ausência de ambição e um programa com dificuldade em mostrar aos portugueses e ao mundo o valor científico e patrimonial ímpar que o Vale do Côa constitui é outra das preocupações”..

O comunicado surge num dia em que o diário Público escreve que a Fundação Coa Parque “poderá ter os dias contados” e que o património do Côa pode voltar à tutela direta do Ministério da Cultura.

O jornal refere uma situação de “absoluta asfixia financeira” com uma dívida acumulada de mais de 300 mil euros.

Os responsáveis pelo Museu do Côa garantem que 20% do total de visitantes do Vale do Côa são estrangeiros, sinónimo de que este valioso património mundial pode e deve ser incluído nas rotas mundiais de turismo, e que em 20 anos de existência já recebeu cerca de um milhão de visitantes.

“O Vale do Côa e o seu património constituem o maior conjunto mundial de arte paleolítica de ar livre, pelo que temos vindo a desenvolver um esforço de promoção, com o objetivo de atrair cada vez mais visitantes”, salientam.

Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade em 1998, o Vale do Côa é considerado pelos especialistas “o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre”.


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