Associação dos Agricultores da Guarda pede atenção para a agricultura familiar

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Cerca de quarenta agricultores e dirigentes da Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG) manifestaram-se hoje, na Guarda, exigindo do Governo “um regime de exceção” para os pequenos produtores e para a agricultura familiar.

Os agricultores concentraram-se, ao princípio da tarde, junto da entrada do Teatro Municipal da Garda (TMG), onde, ao fim da manhã, a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, marcou presença no congresso “Política Agrícola Horizonte 2020 – Estratégia Nacional”, realizado pela Acriguarda – Associação de Criadores de Ruminantes do Concelho da Guarda.

Assunção Cristas não se cruzou com os manifestantes, por ter abandonado o local antes dos agricultores, mas Mário Martins, vice-presidente da ADAG, explicou à agência Lusa que o objetivo era falar com a governante e pedir-lhe atenção para a agricultura familiar.

“O apelo que fazemos é para que seja criado um regime de exceção para os pequenos produtores e para a agricultura familiar”, disse o dirigente daquela estrutura associativa afeta à Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

O responsável lembrou que “mais de 80% daquilo que se come em Portugal é produzido pela agricultura familiar”.

“E caminhamos para uma situação em que vamos ter que importar tudo e vamos ficar inteiramente dependentes da produção estrangeira de pouca qualidade, cultivada sabe-se lá como, em que condições e com que químicos”, acrescentou.

Mário Martins disse ainda que os pequenos agricultores do distrito da Guarda estão “desesperados” face a atrasos em determinados pagamentos.

“Arranjou-se agora um sistema de ‘chips’ para as ovelhas e para as cabras que são controlados de Lisboa, por GPS, que são postos pelas Organizações de Produtores Pecuários (OPP). No entanto, a lei penaliza os agricultores, dizendo que a responsabilidade é deles. E, como algumas das OPP não meteram os elementos, alguns dos agricultores não receberam [até ao momento] um tostão das ajudas a que têm direito”, exemplificou.

Os agricultores que participaram na ação de protesto exibiam cartazes onde se liam mensagens como “Anulação das novas imposições fiscais”, “Defender a agricultura familiar e o mundo rural” e “Direitos e garantias para quem trabalha na agricultura familiar”.


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