Álvaro Amaro considera que atraso na venda do Hotel de Turismo é “quase um crime económico”

O presidente da Câmara da Guarda considerou hoje que o atraso do Governo na venda em hasta pública do edifício do Hotel de Turismo “é quase um crime económico” e mostrou-se preocupado com a segurança do edifício.

Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP) disse hoje na Assembleia Municipal da Guarda que o Governo anterior colocou duas vezes o imóvel em hasta pública, sem sucesso, mas o atual ainda não concluiu o processo para que possa ser comprado por privados ou, na sua ausência, pela própria autarquia.

Respondendo ao deputado socialista António Monteirinho, que disse não ter cumprido a promessa eleitoral de devolver o Hotel de Turismo à cidade, Álvaro Amaro, apelou para que o Governo proceda à aprovação da terceira hasta pública para venda.

“Alguém pode comprar alguma coisa a alguém sem que o dono não o ponha à venda?”, questionou, acrescentando: “Estamos a delapidar a economia nacional, quando a economia privada quer comprar o hotel”.

“Além de diminuir o ativo do Estado num país que precisa disso, podem acontecer situações de tragédia. Eu já o disse e já alertei a quem de direito”, acrescentou.

E dirigindo-se ao mesmo deputado socialista, esclareceu: “Eu não posso, senhor deputado, cumprir uma promessa se o seu Governo não vender aquilo em que ele manda”.

O autarca lembrou que já foram feitas mais duas avaliações do imóvel e que o valor baixou de 1,7 para 1,5 milhões de euros: “Já perdemos. O Estado já perdeu por inoperância”.

Deu ainda conta que um empresário lhe transmitiu que compra o edifício e reafirmou que a autarquia o comprará se a economia privada não o fizer.

O edifício do Hotel de Turismo da Guarda foi vendido em 2010 pela Câmara da Guarda, então liderada pelo socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projeto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se.

Em 2015, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças realizou uma hasta pública para venda do edifício que ficou deserta.

O imóvel foi posteriormente colocado à venda, pelo valor de 1,7 milhões de euros, através de um concurso público de arrendamento com opção de compra, mas a empresa interessada no negócio desistiu.

O autarca já sensibilizou o primeiro-ministro para o problema e para a necessidade de ser realizada uma terceira hasta pública para venda do imóvel da antiga unidade hoteleira da cidade da Guarda.

Na reunião de hoje da Assembleia Municipal da Guarda, presidida por Fernando Carvalho Rodrigues, o relatório de contas do município de 2016, que indica que à data de 31 de dezembro o passivo da autarquia reduziu 43 milhões de euros, foi aprovado por maioria, com 55 votos a favor, nove contra e quatro abstenções.


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