Agricultores desenvolvem projeto pioneiro para reduzir emissões de dióxido de carbono

Aplicado também na Beira Interior Um projeto agrícola, pioneiro a nível mundial, está a ser desenvolvido por cerca de 500 agricultores portugueses, numa área de 27 mil hectares, com o objetivo de reduzir a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Esta iniciativa é desenvolvida através de pastagens permanentes ricas em várias espécies leguminosas. […]

Aplicado também na Beira Interior

Um projeto agrícola, pioneiro a nível mundial, está a ser desenvolvido por cerca de 500 agricultores portugueses, numa área de 27 mil hectares, com o objetivo de reduzir a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Esta iniciativa é desenvolvida através de pastagens permanentes ricas em várias espécies leguminosas.

Este projeto, denominado «Terraprima – Fundo Português de Carbono», tem como objetivo contribuir para o cumprimento nacional do Protocolo de Quioto. Em declarações à agência Lusa, o responsável do projeto, Tiago Domingos, explicou que este sistema de pastagens “é mais produtivo” e, por consequência, permite uma “alimentação melhor” para os animais.

“O projeto constitui um exemplo pioneiro a nível mundial do contributo da agricultura para o combate às alterações climáticas”, acrescentou. Lançada em 2009, a iniciativa das Pastagens Permanentes Semeadas Biodiversas Ricas em Leguminosas (PPSBRL) está a ser aplicada em 27 mil hectares nas regiões do Alentejo, Ribatejo e Beira Interior.

A empresa Terraprima, com sede no concelho de Belmonte, que tem como missão “incentivar” a adesão dos agricultores, pretende conseguir o sequestro de mais de 900 mil toneladas de dióxido de carbono. Mistura de sementes De acordo com Tiago Domingos, os agricultores aderentes ou que venham a aderir à iniciativa têm ao seu dispor apoio técnico permanente e recebem um pagamento pelo sequestro de carbono até 2012, na ordem de 150 euros por hectare.

“No fundo o agricultor tira duas vantagens deste investimento. Recebe o pagamento do carbono, mas também passa a ter uma alimentação melhor para os seus animais”, sublinhou.

As PPSBRL são um sistema que utiliza misturas de sementes até 20 espécies ou variedades diferentes, constituindo a primeira aplicação em larga escala, a nível mundial, do conceito de engenharia da biodiversidade. As leguminosas presentes nestas pastagens têm capacidade de ir buscar azoto à atmosfera, constituindo assim uma fábrica natural de adubo azotado, evitando o uso de adubos sintéticos.


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