Apesar de existir uma ampla superfície de estudos e análises concernentes ao desempenho das empresas em feiras de âmbito nacional e internacional, a verdade é que encontramos pouca consonância relativamente à forma de dissecar esse mesmo desempenho. Na realidade, existem dois cabimentos espaçosos na avaliação das feiras internacionais, como sejam os resultados estratégicos alcançados com […]

Apesar de existir uma ampla superfície de estudos e análises concernentes ao desempenho das empresas em feiras de âmbito nacional e internacional, a verdade é que encontramos pouca consonância relativamente à forma de dissecar esse mesmo desempenho. Na realidade, existem dois cabimentos espaçosos na avaliação das feiras internacionais, como sejam os resultados estratégicos alcançados com a participação na feira internacional e os resultados comerciais oriundos dessa participação. Será que não são pertinentes e substancialmente relevantes os estudos que incidam sobre o contributo das feiras internacionais, particularmente no que respeita à performance exportadora das empresas intervenientes? Será que os resultados não vão acabar por demonstrar que a comparência nas feiras constitui uma importante oportunidade para que as empresas amplifiquem a sua capacidade de negócio?
Algumas condições, como a dimensão da empresa, a sua “veemência” de exportação e o próprio financiamento público da participação na feira, propendem a influenciar a forma como as empresas apreçam o “proveito” da participação nas feiras.
Entre as inúmeras configurações, estratégias, e programas de promoção e de incentivo às exportações, as feiras internacionais talvez sejam aquelas que conduzem a patamares mais elevados de desempenho, no que respeita às exportações das empresas. As feiras possibilitam aos empresários a obtenção de informação de um modo bastante mais célere, por exemplo sobre os contextos legais que embrulham a entrada nos mercados externos, assim como o acesso a múltiplos processos e arquétipos de exportação.
Muitas empresas, devido sobretudo à falta de experiência e à ausência de abrangentes competências organizacionais, são incapazes de actuar, de forma enérgica, dinâmica e perspicaz, nas vendas de exportação.
Os Programas de Promoção das Exportações devem ser facultados pelos Governos, associações e outro género de organizações de modo a secundar as empresas, nomeadamente as pequenas e médias empresas. Será que esses programas não devem ajudar as empresas mais frágeis a ultrapassar as suas próprias limitações? Será que as empresas não devem estar “metamerizadas” em consonância com o seu tabuleiro ou patamar de internacionalização? Será que as empresas não possuem necessidades dissemelhantes? Será que não é fundamental ter a noção de que as empresas desfrutam de categorias de internacionalização e graus de envolvimento internacional diferenciados? Será que existem estudos suficientes e abrangentes em Portugal que examinem o contributo das feiras internacionais, na superfície dos ganhos e das perdas de desempenho exportador, para as empresas nacionais participantes? Será que não é relevante saber se a participação nas feiras internacionais, tendo em conta os objectivos internacionais delineados por cada empresa, acarreta resultados práticos, realistas e operacionais?
É seguramente essencial conhecer e interpretar o impacto das feiras internacionais no envolvimento e na entrada das empresas nos mercados externos; na adquirição de conhecimento sobre os mercados externos e as empresas internacionais; na promoção internacional da empresa; e no incremento do volume de vendas de exportação num determinado mercado “singular”. Qual é a literatura em Portugal que versa a temática das feiras internacionais, da performance exportadora, e dos arquétipos da sua mensuração? Será que não é importante analisar pormenorizadamente os Programas de Promoção das Exportações?
O ingresso no mercado internacional, e num prisma profundamente empresarial, é elementar para amplificar a competitividade e abreviar os índices de dependência em relação ao mercado doméstico ou interno. Para acompanhar o repto da competitividade, as empresas necessitam de vender os seus produtos ou serviços para além das suas fonteiras. Neste encadeamento, incrementa-se o volume de vendas e a capacidade competitiva, alcançando-se as economias de escala e consequentemente a produção com maior qualidade e a custos significativamente mais reduzidos. Logo, esta conjuntura vai promover a redução do preço dos produtos, tornando-os obviamente mais acessíveis e competitivos.
O mercado internacional é complexo, fragmentado e valioso. Neste sentido, a função das instituições de promoção das exportações metamorfoseia-se em capital para a diminuição das trincheiras de ingresso enfrentadas, maioritariamente, pelas empresas de menor “porte”. Será que os Governos não devem encabeçar os esforços para coadjuvar e educar as empresas nacionais a exportarem? Será que as taxas de câmbio variáveis; os intervalos culturais; as modernas regulamentações; e os novos sistemas jurídicos e financeiros, devem constituir configurações alicerçadas na dubiedade?
Infelizmente muitas empresas não são capazes ou não pretendem actuar de modo enérgico e “veemente” no mercado externo devido, principalmente, à falta de experiência e aos recursos limitados.
O Estado deve promover o desenvolvimento de recursos, de capacidades, de competências, de estratégias e de taxas de competitividade global no seio das empresas envolvidas. Duas das finalidades principais consistem na descoberta de mercados para os potenciais exportadores invadirem com os seus produtos, assim como na compreensão acerca dos produtos requeridos e pretendidos nos distintos mercados de exportação.
É certamente oportuno referir que os Programas de Promoção das Exportações assentam em cinco pilares principais como sejam: a construção da imagem do País, através da publicidade e dos eventos promocionais; os serviços de coadjuvação à exportação, como sejam a formação, os preços, a embalagem, o rótulo, a assistência técnica, a capacitação, as informações sobre o comércio exterior e a logística; o marketing e a importância da participação em feiras internacionais e em missões empresariais; a pesquisa de mercado que ajuda na obtenção de informações concernentes ao mercado; e o contacto com algumas publicações e bases de dados concernentes aos principais distribuidores e importadores que desfilam no mercado. Será que os Governos não aquartelam a missão de auxiliar financeiramente as empresas na sua ascensão internacional? Será que os mesmos não albergam a incumbência de percepcionar quais são os obstáculos e de despertar a actividade exportadora das empresas?
Existem importantes “efeitos” coligados com a recolha de informações sobre o mercado estrangeiro. Esses “resultados” acabam por estar inventariados com as predilecções do consumidor, os índices de qualidade, os ensejos de negócio e os requisitos técnicos. As empresas de pequenas dimensões, devido sobretudo à sua vulnerabilidade, não conseguem, de forma insulada, alcançar informações verdadeiras e relevantes sobre o mercado estrangeiro. Os custos de investimento na procura de entrar num determinado mercado estrangeiro, e a indeterminação ligada à negociação e à legislação em mercados globais são condições que assumem uma enorme importância para as empresas, transformando-se, por vezes, em autênticas e pardacentas barreiras.
Realçar que alguns Programas de Promoção das Exportações são aproveitados, pelos Países em desenvolvimento, como instrumento de aperfeiçoamento económico, e pelos Países industrializados, como mecanismo para fortificar a competitividade individual das empresas. Logo, esses programas podem ser saboreados como um agrupado de medidas públicas que procura a ampliação das exportações numa lógica de empresa e de indústria.
A análise desses programas espelha índices de influência e de desempenho ainda algo franzinos. Na realidade, o uso de programas, por si só, não fornece nenhuma indicação sobre a eficiência dos mesmos na obtenção dos resultados desejados. Os estudos acerca do alcance dos Programas Governamentais de Promoção das Exportações podem ser considerados proveitosos, uma vez que proporcionam informações importantes, todavia jamais podem ser degustados como proeminentes, profundos ou de impacto. De que modo se quantificam os impactos oriundos dos Programas de Promoção das Exportações nas empresas? Será que na realidade esses programas têm uma influência significativa no posicionamento das empresas nos campos da exportação e da competitividade?
As empresas que participam nas feiras internacionais obtêm experiência com a cultura dos Países estrangeiros através da convivência directa com os empresários locais e representantes do Governo. Esta condição acaba por lhes autorizar, numa abordagem maioritariamente informal, o incremento dos índices de conhecimento específico do mercado. As feiras internacionais podem metamorfosear-se no instrumento perfeito para a entrada das empresas nos mercados internacionais.